Portadora de Alzheimer, de 78 anos, cola grau na EJA de Caldas Novas

A OMS estima que cerca de 55 milhões de pessoas vivam com algum tipo de demência, sendo a mais comum a doença de Alzheimer
Portadora de Alzheimer
Terezinha Valim colou grau em uma solenidade especial

A aluna da Educação de Jovens e Adultos (EJA), da Rede Municipal de Ensino de Caldas Novas, Terezinha Valim de Souza, de 78 anos, colou grau, na manhã desta terça-feira, 27, em uma solenidade especial, realizada no espaço de festa Lucius Eventos. Ela conclui o 5º ano do Ensino Fundamental, no polo da Escola Municipal Mather Isabel.

Dona Terezinha sofre com Alzheimer há seis anos e, devido ao avanço da doença, que é progressiva e pode destruir a memória e outras funções mentais importantes, recebia aulas em casa. A coordenadora do projeto Nely Gonçalves explica que com o passar do tempo, ela não conseguia mais estar em sala de aula com os demais alunos.

“Como sabemos que a educação é uma grande aliada no combate e tratamento dessa doença, decidimos que Dona Terezinha teria aulas em casa, com atividade lúdicas, trabalho com jornais e demais projetos que ajudam a retardar os sintomas do Alzheimer”, explicou ela.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 55 milhões de pessoas vivam com algum tipo de demência, sendo a mais comum a doença de Alzheimer, que atinge sete entre dez indivíduos nessa situação em todo o mundo.  Já aqui no Brasil, dados do Ministério da Saúde indicam que em torno de 1,2 milhão de pessoas têm a doença e 100 mil novos casos são diagnosticados por ano.

O prefeito de Caldas Novas, Kleber Marra, que prestigiou a solenidade de colação de grau, destacou o trabalho realizado pela Secretaria Municipal de Educação na inclusão de alunos, tanto no EJA, quanto na rede pública convencional. “A história da Dona Terezinha é de superação e precisa ser celebrada. A educação de Caldas Novas tem avançado muito, tanto em investimentos de infraestrutura, quanto na inclusão social. Trabalhamos para garantir a todos nossos alunos atendimento isonômico e adequado para cada situação”, ressaltou.

Luciana Valim, filha da Dona Terezinha, afirma que o sentimento hoje é de gratidão. “Não é fácil, têm dias que ela está bem, lúcida, têm dias que não, mas é muito gratificante ver a evolução dela. Acredito que se ela não estivesse estudando, estaria acamada”, falou emocionada.

Estudos mostram, com base nas análises da neurologista Elisa Resende e de seu time de pesquisadores, que a educação tende a ser uma das protagonistas no combate a essa doença. Todas as evidências coletadas nas análises apontam-na como uma ferramenta bastante eficiente. A educação parece expandir os horizontes quando se fala de demência e Alzheimer. Com ela, boa parte da qualidade de vida do paciente pode ser prolongada, e o impacto sobre seus familiares e outras pessoas próximas tende a ser menor.

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