Culinária do Japão é queridinha entre os brasileiros

Prato do Aldeia Sushi
Artur Pinho

Através de sua gastronomia, de suas artes marciais, de sua desenvoltura para a tecnologia e ciência e de outras expressões culturais, a influente comunidade japonesa do Brasil afirma seu orgulho étnico e preserva tradições centenárias. O Dia da Imigração Japonesa é comemorado no Brasil no dia 18 de junho em referência ao primeiro navio aportado com imigrantes japoneses, em Santos, São Paulo, em 1908. Hoje o País abriga cerca de 1,6 milhão de brasileiros de origem japonesa, sendo a maior população de origem japonesa fora do país asiático.

Os costumes de lá se misturam com os daqui, principalmente na culinária, como explica empresário Deibson dos Reis Melo, que possui um restaurante japonês dentro do Residencial Aldeia do Vale, em Goiânia. “O cream cheese, a maionese e as frutas são adaptações brasileiras para os sushis. No Japão, são só existe os sashimis e o gohan, que é o arroz com os peixes”, detalha.

A culinária japonesa se popularizou no Brasil na década 1990, em grande parte por ser considerada saudável. O que antes era uma refeição cara e sofisticada ou restrita aos descendentes, passou a ser difundida em larga escala, principalmente após o surgimento dos rodízios e dos combinados. Atualmente, é possível encontrar opções da comida japonesa até mesmo em feiras, assim como o de Deybson, o Aldeia Sushi, que começou como uma ban30ca de sushi por condomínios de Goiânia e hoje está instalado em um restaurante fixo com pratos a la carte no condomínio Aldeia Do Vale, em Goiânia.

Ele relembra que seu primeiro contato com a gastronomia oriental foi há 17 anos, quando trabalhava em outro ramo alimentício. “Eu trabalhava em churrascaria e o dono queria colocar comida japonesa. Quando precisava de uma mão de obra tinha que ir em São Paulo, Brasília ou no Rio para buscar. Eu conheci uma certa pessoa que me ensinava o básico e eu comecei a entrar nesse ramo”, conta Deibson que passou de auxiliar de chapa para sushiman do local.

Certa vez, um cliente do local o chamou para fazer um evento em sua residência e então, logo Deibson abriu seu primeiro restaurante. “Há uns três anos eu fiquei sabendo que os condomínios estavam instalando feiras dentro deles. Tinha pastel e vários tipos de bancas, então eu falei ‘Por que não colocar um japonês?’ . Logo eu deixei as feiras e fiquei só aqui”.

Diferenças

Deibson conta que chama sua atenção as diferenças existentes entre a gastronomia oriental original e o que foi preciso adaptar para o gosto dos brasileiros. “A gente teve que adaptar muito ao paladar brasileiro, com cream cheese, maionese, frutas. E no Japão mesmo não tem isso, geralmente são só os sashimis e o gohan, que é o arroz com os peixes”, afirma ele, que chama atenção para outro hábito tupiniquim. “O gohan já é temperado e o shoyu é para temperar o peixe, não mas o brasileiro ele molha bem o arroz no shoyu até quase desmanchar”, revela sobre um erro que se tornou comum no País.

Para quem não sabe a diferença entre os pratos mais famosos da culinária oriental, o empresário também explica. “Sashimi simplesmente são as fatias de peixe, ou seja, o polvo, salmão, o prego, qualquer coisa que não envolva arroz é sashimi. E tudo que tiver arroz é sushi, sendo que cada sushi tem o seu nome”, resume. No seu restaurante, o Aldeia Sushi, Deibson trabalha com pratos a la carte, quilo e rodízio. “Geralmente eles (os clientes) gostam do quilo. porque já pegam aquela quantidade que eles sabem que vão consumir”, afirma sobre a preferência de sua clientela.

As curiosidades envolvendo a gastronomia japonesa também são pesquisadas por Deibson. “Geralmente, quando são um pratos a la carte você sempre trabalha com números ímpares. Você sempre serve um cliente pelo lado direito, porque se for pelo lado esquerdo é como se estivesse dizendo para ele ‘Olha, eu sou seu inimigo’. Então esses detalhes pequenos a gente está sempre pesquisando”, salienta ele, para tentar seguir as tradições orientais.

A vinda de imigrantes japoneses foi motivada por interesses dos dois países: o Brasil necessitava de mão-de-obra para trabalhar nas fazendas de café, principalmente em São Paulo e no norte do Paraná, e o Japão precisava aliviar a tensão social no país, causada por seu alto índice demográfico.

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