Telas poéticas

Nesta quinta-feira, 13 de junho, a FR Incorporadora lança o Happy Art, um projeto cultural que associa a obra de Cora Coralina a seu próximo lançamento imobiliário, no Setor Bueno.
Com participação dos artistas Rôber Côrtes, Alexandre Liah e Antunis Araújo, durante todo o mês de junho, serão realizadas diversas edições do Happy Art, em formato “happy hour cultural”. Em cada edição, um artista apresentará as telas que estão sendo produzidas. Intervenções artísticas nos bares e pela cidade também estão previstas.
  • Artistas plásticos criam releituras dos textos de Cora Coralina (Foto: Divulgação)
Cada artista selecionou escritos da mais emblemática escritora goiana para transpor a mensagem em imagens. Durante o lançamento do projeto os artistas recebem convidados e falam sobre poesia e artes plásticas no apartamento decorado do Cora Alto do Bueno. A atriz Lorraine Carvalho fará participação especial no evento, com uma performance artística de músicas e sarau de poesias.
Cora Coralina
Doceira e escritora de mão cheia, Cora Coralina levava uma vida simples longe dos centros urbanos na cidade Goiás, antiga Vila Boa. Teve sua primeira obra publicada aos 75 anos de idade e se consagrou como a mais importante poetisa do Centro Oeste, recebendo elogios de grandes nomes como Carlos Drummond de Andrade e importantes prêmios como o Juca Pato em 1983. Seus versos já foram analisados na academia, em todo o Brasil e até no exterior e sua morte, aos 96 anos, não enterraram seu talento. Vinte e oito anos após sua morte, completados em 2013, ela continua sendo a mais expressiva poetisa do Estado de Goiás.
Cora na web
Em parelelo ao projeto Happy Art, a FR Incorporadora também está desenvolvendo um concurso cultural, inspirado no poema de Cora: “Faz de tua vida um poema”. Quem escrever e publicar um poema sobre sua vida na Fan Page do do concurso no Facebook, concorre a um IPhone e também pode ter seus versos transformados em um filme de computação gráfica. “É uma forma de estimular a literatura. Quem sabe a gente até não descobre um novo talento?”, indaga Pedro Borela. O regulamento completo pode ser encontrado neste link.
Artistas e obras escolhidas
Rôber Côrtes
Poema: Meu Destino
Colagem, desenho e pintura são as técnicas utilizadas pelo artista Rôber Côrtes para transformar o poema Meu Destino em uma obra de arte contemporânea. Com os versos iniciais da obra: “Nas palmas de tuas mãos / leio as linhas da minha vida”, Rôber Côrtes escolheu retratar mãos que se entrelaçam e adicionou uma pedra de peixe para evidenciar o verso “Esse dia foi marcado com a pedra branca da cabeça de um peixe”. A escolha veio mesmo ligada diretamente com o gosto pessoal. “Me identifiquei porque a trama da palavra assimila o meu cotidiano. Meu Destino mostra a trama da vida pessoal do artista plástico”, explicou.
Alexandre Liah
Poema: Das Pedras
“Cora trata da sua vida como se fosse um caminho. E me identifico bastante. Assim como ela escreveu seu caminho, retrato o meu por meio das cores, da arte, da pintura”, definiu Alexandre Liah que irá mostrar sua interpretação do poema Das Pedras. Para ele, as pedras são definidas pela dificuldade que os artistas encontram, dificuldades que Cora Coralina também passou. “Ser uma poetisa em uma cidade do interior, onde as pessoas eram provincianas e não entendiam muito bem o seu trabalho, foram as pedras de Cora e que ela conseguiu superar e se destacar”, comentou. Na sua tela, Liah irá mostrar um caminho de pedras que termina em uma colcha de retalhos (mostrada no poema) entremeadas por flores. A colcha será introduzida na tela pela técnica de patchwork.
Antunis de Araújo
Poema: Considerações de Aninha
Antes de ser Coralina, Cora foi Ana. E são as “Considerações de Aninha” que Antunis de Araújo decidiu passar para a tela. Ele é um conhecedor da obra da poetisa e um amante da cultura da Cidade de Goiás. “Eu sou escultor e esse trabalho de Cora fala da criatura, da criação, da criatividade, dos erros e acertos. Se parece em tudo com minha vida, comigo”. Para a ocasião, Antunis preparou um quadro que mistura pintura com escultura. A obra lembra um busto e as cores imprimiram um efeito tridimensional. “Tem o verde da esperança, o rosa da paixão, o vermelho do amor,” entoa.

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