O baile da saudade com The Originals

  • The Originals no Samauma
Já ouviu falar em hype? A palavrinha inglesa foi apropriada pela crítica musical brasileira. Serve para apontar um artista ou uma banda que está bombando (para usar uma gíria nacional). Um nome que apareceu fazendo barulho e gerou uma série de expectativas. O hype é o que está na moda.
O falatório se justifica ou não. Só o tempo dirá. Há quem desenvolva uma longa e vitoriosa carreira. Há quem não passe do primeiro disco e do primeiro sucesso. E existem aqueles nomes que nunca foram queridinhos da crítica e, mesmo assim, continuam em atividade, com shows lotados, fazendo a alegria dos fãs.
The Originals e as bandas que serviram de inspiração para seu surgimento fazem parte do terceiro grupo. Quando começaram a se apresentar por aí, o termo inglês não tinha nem chegado ao Brasil. Não existia essa história de hype. Eles nunca estiveram na moda, embora nunca tenham deixado de fazer sucesso. Como é que se explica?
The Originals, criada pelo produtor Miguel Plopschi (tocou saxofone no The Fevers), é consequência da reunião de três bandas da Jovem Guarda. Isso desde 2005.
Pedrinho da Luz (guitarra) e Cleudir Borges (teclados) foram do The Fevers. No começo, o vocalista era Ed Wilson, do Renato e seus Blue Caps. De onde veio Paulo César Barros (baixo). Guto Angelicci (bateria), da Super Bacana, entrou no lugar do Netinho, dos Incríveis. O atual vocalista, Almir Bezerra, fundou o The Fevers em 1964.
Se fossem ingleses ou americanos que tocassem em bandas de alcance parecido em Londres ou Nova York, o resultado da fusão seria considerado um supergrupo. Como são brasileiros que fazem música popular, no sentido de canções simples e ingênuas, são desdenhados como bregas. Como se brega fosse algo, por si só, condenável.
As músicas gravadas pelas bandas citadas, que serão inevitavelmente lembradas no show do The Originals, podem não frequentar as paradas de sucessos ou os rankings dos mais vendidos na internet há muitos e muitos anos, mas elas são cantadas em uníssono com um sorriso nos lábios por jovens e adultos. Porque, de certa forma, estão cravadas na memória de quem ouviu rádio nos anos 1970.
Você pode não recordar a melodia ao simplesmente ler o nome de canções como Agora Eu Sei, Vem Me Ajudar, Mar de Rosas (gravada pelo Chiclete com Banana), Marcas do Que Se Foi, Pra Cima Pra Baixo, Elas por Elas, Guerra dos Sexos, Unidunitê, Por Causa de Você (gravada pelo KLB), Um Louco. Mas duvido que você não cante o refrão de cada uma delas, pulando de alegria, depois de reconhecê-las nos primeiros acordes.
No DVD mais recente do The Originals, A Gente Era Feliz e Não Sabia, de 2011, eles também mandam para o público cantar junto músicas como Era um Garoto que Como Eu Amava os Beatles e os Rolling Stones, Menina Linda, Ninguém Vive Sem Amor, Lobo Mau, enfim, uma saraivada de sucessos de outrora que continuam eficazes na hora de fazer com que você esqueça o presente complicado e se deleite com um pouco de graça. Sem preocupações com modismos ou com o hype do momento.
The Originals
Onde: Samauma Restaurante (Rua 139, 13. Setor Marista. Fone: 3245-1358)
Quando: Sábado, 28 de Julho
Horário: 22 horas
Ingresso: R$ 50 (antecipado nas lojas American Music e Samauma Restaurante. Sujeito a alteração)

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