Neste sábado, dia 20 de fevereiro, a loja HOCUS POCUS comemora seus 18 anos de existência. Para celebrar essa data significativa junto aos roqueiros de Goiânia, o Mechanics divide o palco com mais sete bandas goianas
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O Mechanics é uma das boas atrações da tradicional festa de aniversário da Hocus Pocus, que será realizada no estacionamento ao lado da loja neste sábado, 20 de fevereiro. No show, o grupo apresenta seu mais novo trabalho: o CD 12 Arcanos. O Mechanics não poderia deixar de ser presença confirmada nesta festa, já que o trabalho da Hocus Pocus fez parte da história e do universo que serviu de cenário para a criação do próprio grupo, há quinze anos.
A apresentação na festa de 18 anos da Hocus Pocus faz parte da turnê de divulgação de 12 Arcanos. O grupo também tem shows agendados em Brasília e em Palmas-TO. Nesta última cidade, na casa de show Tendences e na Feira do Livro de Palmas.
12 Arcanos
12 Arcanos chega à história de 15 anos do Mechanics com a missão de manter uma discografia que transita entre a doidificação musical e outras estéticas do submundo cultural. Logo após uma primeira audição do disco, já se pode afirmar que a missão foi cumprida. Encontram-se no CD muitas novidades, com destaque para o idioma (todas as músicas foram compostas em português) e a nova formação (dois guitarristas e um novo baterista); que trouxe um novo gás, mas perder a essência tresloucada da banda.
Em 12 Arcanos, a banda goiana mantém todos os elementos presentes em clássicos anteriores como o Music for antropomorphic(2008) e Psycho Love(2000). Estão lá a força sonora, o peso e a agressividade — características sempre presentes no som da banda.
O disco mostra um Mechanics evoluído e com capacidade para, a essa altura, ainda fazer um dos melhores discos de sua carreira — seguindo por novos caminhos estéticos, sem perder a essência de sua música. Chamam a atenção as faixas Fogo, Sangue, Ódio (e seu refrão na medida para se perder a compostura) e a densa e destruidora Desmorto. Pra completar, o disco ainda conta com a bela arte gráfica – como já de costume nos trabalhos do Mechanics, produzida pelo artista plástico carioca Lauro Roberto.
Mechanics
2009 foi um ano definitivamente chave na trajetória do Mechanics. O grupo completou 15 anos de atividade e muito barulho, e ainda provou responder a altura o desafio imposto por tantos anos de carreira: manter-se criativo. Com nova formação novo baterista e duas guitarras trabalhou, pela primeira vez, em um disco totalmente em português (com exceção da faixa bônus).
O Mechanics prova desde 1994 que é possível ser criativo fazendo um som terrivelmente barulhento. Responsáveis por criar e expandir a cena goiana de rock independente, bebem direto nas facções mais transgressoras, alcoólicas e autorais da rockultura (Stooges/Melvins). Este cenário visceral ainda ganha a influência cósmico-filósofica de quadrinhos, artes visuais e do submundo da literatura marginal, sintetizando tudo num zeitgeist da Cultura Pop contemporânea.
Faz 15 anos que os míticos guerrilheiros sônicos do Mechanics circulam pelo Brasil dividindo o palco com gente que os influenciaram como Pin Ups, Mudhoney, Nebula e Guitar Wolf, além de terem participado dos principais festivais independentes do País. Neste tempo de vida, cometeram alguns dos registros mais bacanas do submundo dos bons sons brazucas: o K7 Mechanics (1995); o hoje raro vinil azul Sex, Rockets and Filthy Songs (1998), verdadeiro artigo de colecionador; o CD Psycho Love (2000); Formigas Comem Porra (2002); o livro/CD Music for Anthropomorphics (2007) e o CD acústico Neither Acoustic Nor Electric (2009).
18 Anos da Hocus Pocus
Fundada em 1992, a HocusPocus é referência na rockultura de Goiânia. Conhecida como o O Mutirama de algumas gerações rockeiras e palco de bandas que hoje se destacam no cenário musical. Localizada no coração de Goiânia, a Hocus Pocus não é um mero comércio de discos e livros. Atualmente, a loja também é especializada em HQs antigos e raridades. Com 18 anos de vida que serão comemorados no sábado com muito rocknroll , a loja Hocus Pocus é também a referência para encontros e troca de informações sobre a cultural urbana em Goiânia. Reduto da produção alternativa da cidade, a Hocus Pocus, cujas paredes são colagens com herois dos quadrinhos e do universo pop, foi uma das primeiras referências para roqueiros goianos antes mesmo do início da cena profissional surgida com os festivais.
“Fazíamos muitos shows de rock dentro da loja, apesar do pouco espaço. Quase todas as bandas de Goiânia tocaram por aqui, como os Decibéis D´Biloides, MQN e Mechanics. Eles ainda tocam”, diz o carismático e eclético “Juninho”, como é conhecido o dono do sebo. Juninho relembra que desde o início, a Hocus Pocus servia de palco para uma já efervescente cena roqueira. As bandas não tinham onde tocar e o local foi muitas vezes transformado em palco.