Hamlet

Escrita por William Shakespeare na virada do século XVII, a tragédia de Hamlet permanece como a peça mais celebrada em toda a história do Teatro Mundial. Desta vez, o texto volta a ser encenado com o frescor e o despojamento que marcaram sua estréia, há quatro séculos. Nos dias 04 e 05 de julho, sábado às 20h00 e domingo às 19h00, Wagner Moura sobe ao palco do Teatro Rio Vermelho, com o desafio de encarnar o mítico personagem nesta nova montagem do clássico, dirigida por Aderbal Freire-Filho. Os ingressos custam de R$ 60,00 a R$ 80,00.

‘Hamlet’ é a peça de Shakespeare que mais fala sobre teatro: esse foi o mote de minha direção. Em cena, teremos os atores sempre no palco, como se fossem uma companhia de teatro contando a história”, explica o diretor, que tem outra peça do bardo inglês no
currículo, ‘As you like it’, montada em 1985. A concepção do espetáculo é baseada no famoso conselho de Hamlet aos atores, no terceiro ato da peça, quando ele usa uma companhia de teatro para encenar a morte de seu pai, o rei Hamlet, na frente de seu algoz e sucessor, Claudio (Tonico Pereira).

Hamlet pede para que os atores esqueçam o tom impostado de representação e respeitem o texto, assim como Aderbal pediu ao elenco desta versão: “Quero manter Hamlet vivo, como se dissesse o texto pela primeira vez e não repetindo palavras impressas. Quero que as pessoas entendam o que acontece no palco. O espetáculo é natural, acontece no presente, mas não é naturalista e nem de época”, frisa.

Com dez atores, o elenco traz nomes como Georgiana Góes (Ofélia), Caio Junqueira (Horácio), Fábio Lago (Laerte) e também a dupla Gillray Coutinho (Prêmio Eletrobras por ‘O Púcaro Búlgaro’) e Cláudio Mendes (‘O que diz Molero’), parceiros de longa data de Aderbal. Carla Ribas volta ao teatro para viver a rainha Gertrudes, depois do êxito como protagonista do elogiado longa ‘A Casa de Alice’, selecionado para a última edição do Festival de Berlim. Recém-premiada com o Shell por ‘As Centenárias’, a dupla Fernando Mello da Costa e Rostand Albuquerque assina a cenografia. De
acordo com a proposta da direção, eles deixam o palco vazio, com poucos elementos e um espaço lateral onde os atores ficarão quando não estiverem em cena.

Algumas projeções – com imagens de cena filmadas em tempo real – ilustram a parte central do cenário em momentos específicos. Apesar de uma discreta inspiração na Renascença, os figurinos de Marcelo Pies não determinam época nem local. “As roupas são neutras, equilibram o épico com o atual, mas não são roupas de hoje em dia. O espetáculo mostra uma atualização profunda, mas não busca a modernidade aparente”, analisa Aderbal.



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