Localizado em Barra de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro (RJ), o Centro Cultural Sítio Roberto Burle Marx (SRBM) – onde o paisagista morou entre 1973 e 1994 – é um espaço singular. Unidade especial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o monumento dispõe de um acervo botânico com mais de 3.500 espécies, além de diversas obras de arte de Burle Marx e outros artistas. Pinturas, gravuras, cerâmicas, tapeçarias, murais, painéis de azulejos e mobiliário compõem a coleção.
Esse espaço exuberante está sintetizado no livro Sítio Roberto Burle Marx, que além de vasto material fotográfico inclui artigos de especialistas em arquitetura, paisagismo e artes visuais. A obra foi lançada nesta quinta-feira, 08 de abril. Os textos analisam aspectos da biografia de Burle Marx, bem como de sua produção como artista e paisagista. Além disso, a história do processo de tombamento do Sítio é recontada na publicação. Também ganham destaque apresentações dos jardins, viveiros e do conjunto edificado, como a casa de Burle Marx.
Com imagens de todos os ambientes, o livro possibilita ao leitor percorrer cada cômodo e conferir a ampla diversidade do acervo da instituição, que inclui arte cusquenha, pré-colombiana, sacra e popular brasileira. Uma cronologia dos principais projetos paisagísticos de autoria de Burle Marx completa a publicação, que realça a grandeza do patrimônio preservado pelo Sítio e a sua importância como lugar de memória: repositório ímpar das múltiplas dimensões da vida e obra do paisagista. Todo o conteúdo se distribui ao longo de 309 páginas ricamente ilustradas.
A produção da obra integra o amplo projeto de requalificação do SRBM, executado pelo Intermuseus em parceria com o Iphan e com apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio da Lei de Incentivo à Cultura. O livro já foi distribuído gratuitamente a bibliotecas, museus e universidades, e encontra-se disponível em versão impressa e digital, que pode ser baixada de forma gratuita. Para saber como adquirir a obra impressa, basta enviar um e-mail a [email protected].
Unidade Especial do Iphan, o SRBM foi doado pelo próprio paisagista ao Instituto em 1985. Tombado como Patrimônio Cultural nas esferas municipal, estadual e federal, o Sítio é um forte candidato ao título de Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A reunião para definir a chancela seria em 2020, mas foi adiada para 2021 devido à pandemia de Covid-19.
A 44ª reunião do Comitê do Patrimônio Mundial será realizada online, de 16 a 31 de julho deste ano. O dossiê de candidatura do SRBM foi desenvolvido pelo Iphan. O documento defende o valor universal excepcional do imóvel como laboratório botânico e paisagístico.