O mercado de trabalho está muito aquecido na construção civil. Somente no segundo bimestre de 2024, o setor registrou 81,7 mil novos postos de trabalho no Brasil, 32,8% a mais que o total gerado no mesmo período de 2023. Desde 2020, o setor apresenta constante aumento de novos trabalhadores. Do início da pandemia até o primeiro bimestre de 2024, gerou cerca de 712 mil novos postos.
E Goiás tem sido destaque na geração de empregos no setor. Nos primeiros dois meses do ano, foram geradas 4,7 mil novas vagas no estado, que desta forma ocupa a 6° posição no ranking nacional. Os primeiros colocados são São Paulo (30,2 mil vagas), Minas Gerais (9,3 mil), Rio de Janeiro (6,6 mil), Santa Catarina e Paraná (6 mil, cada).
Já Goiânia se destaca como a terceira cidade no Brasil que mais gera empregos no setor, com mais de 2 mil novas oportunidades somente nos dois primeiros meses deste ano. Atrás apenas das capitais São Paulo (11,8 mil) e Rio de Janeiro (5,3 mil). Os dados foram divulgados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e pelo Serviço Social da Indústria (SESI).
O avanço do número de trabalhadores com carteira assinada na construção civil evidencia o ritmo de atividades das empresas do setor. Até fevereiro de 2024, o setor possuía, em todo o País, 2,829 milhões de trabalhadores. No mesmo período do ano anterior este número era de 2,652 milhões. Ou seja, houve crescimento de 6,7% (cerca de 178 mil novos trabalhadores).
Todos os três segmentos do setor apresentaram melhor desempenho nos primeiros meses de 2024 em relação ao ano anterior. A construção de edifícios registrou aumento de 5,7% (58,5 mil trabalhadores). Nas obras de infraestrutura a alta foi de 7,2%, ou seja, 52,3 mil novas vagas; e nos serviços especializados o incremento foi de 7,4% (67 mil trabalhadores).
Perspectivas para 2024
O número crescente de novas vagas é justificado pelo aumento na quantidade de lançamentos, seja de condomínios verticais ou horizontais. As perspectivas para o setor no Brasil em 2024 são positivas.
“A indústria deve se beneficiar de uma maior demanda por infraestrutura e construções residenciais, especialmente com a retomada do programa Minha Casa, Minha Vida, que está movimentando o mercado com novos lançamentos e vendas”, pontua Carolina Lacerda, gerente de Desenvolvimento Imobiliário da Vega Incorporações.
Ela explica ainda que as expectativas são de continuação da redução da taxa Selic, os juros básicos do Banco Central, o que deve facilitar o acesso ao crédito e estimular ainda mais os investimentos no setor.
Escassez de mão de obra
Com o crescimento exponencial na oferta de empregos, incorporadoras e construtoras goianas relatam falta de mão de obra. Uma pesquisa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção com 800 empresas, realizada no ano passado, já apontava a dificuldade em contratar profissionais qualificados. De acordo com o levantamento, 7 em cada 10 construtoras sofrem com a escassez.
Para Carolina Lacerda, da Vega Incorporações, entre as principais barreiras enfrentadas no setor estão a falta de mão de obra qualificada e as incertezas econômicas e políticas.
“Esse cenário pode afetar as expectativas e o volume de contratos. Além disso, a captação de empregos é desafiada pela necessidade constante de adaptar-se a novas tecnologias e regulamentações. Isto exige investimentos contínuos em treinamento e atualização dos trabalhadores”, explica.
O mercado enfrenta a falta de profissionais, como mestres de obras, pedreiros, eletricistas, carpinteiros e engenheiros. Para lidar com isso, muitas empresas estão investindo em treinamento e capacitação, além de buscar a automatização de processos para reduzir a dependência de trabalho intensivo.
“A utilização de tecnologias como o Building Information Modeling (BIM) e práticas de construção sustentável estão se tornando mais comuns, visando não apenas melhorar a eficiência mas também atrair um novo perfil de profissionais qualificados para o setor”, finaliza Carolina Lacerda, da Vega Incorporações.