Grupo Teatro Ritual presta homenagem a Pink Floyd e o Mágico de Oz

O fenômeno chamado The Dark Side of The Rainbow, que consiste na descoberta de misteriosa sincronicidade entre o álbum The Dark Side of the Moon (Pink Floyd), e o filme O Mágico de OZ, inspira a concepção de Q.Q.ISS?!, o mais recente espetáculo do Grupo Sonhus Teatro Ritual. Dirigida pelo mímico e dramaturgo Miquéias Paz (DF), a peça será apresentada nos dias 01 e 02 de setembro, no Teatro SESI-Goiânia, para contar a história de dois espantalhos andarilhos que, na jornada pelo mundo, se deparam com as humanidades.
Com um título que se origina do modo goiano de perguntar o que significam as coisas, Q.Q.ISS?! é o trabalho artístico comemorativos dos 16 anos do Sonhus Teatro Ritual. A estreia ocorreu em junho, deste ano, e a fase de circulação do espetáculo começa por Goiânia. Na agenda de 2012, consta ainda performances em São Paulo e na Colômbia.
Enredo
Pendú é um espantalho que está preso em sua rotina de trabalho: cuidar da plantação. Meses, anos, podem ter se passado sem que ele tivesse se movido. Um dia, ele conhece Camí, um espantalho andarilho que fugiu da roça para percorrer o mundo. Curiosa, a dupla parte pelos campos sem fim, se aventurando na fantástica jornada em busca do desconhecido.
“Os espantalhos enfrentam situações inusitadas capazes de mover as pessoas e levar a humanidade a se deslocar, em busca de aventuras”, compartilha o ator Pablo Angelino. Amor, solidão, amizade, trabalho, sonhos e a luta pela sobrevivência acompanham o par de destemidos nas trilhas que seguem por escolha própria, ou nos caminhos em que são colocados pela força da natureza.
“A peça pretende ser uma divertida aventura cômico-visual”, revela o partner de Angelino, o ator Nando Rocha. Segundo ele, Q.Q.ISS?! tem estruturação no Teatro Físico-Visual e linguagem baseada na Mímica e no Clown (Palhaço). Tecnicamente, o espetáculo compõe um mix da pantomima e a mímica corporal dramática, associadas a outras técnicas (como o teatro de bonecos, de animação e o teatro de máscaras), que contribuem para fazer fluir a narrativa, sem texto. “Temos um trabalho amadurecido para a composição deste corpo que faz de Pendú e Camí dois palhaços da roça”, arremata Nando Rocha.
Trilha sonora
Os espantalhos vivem suas aventuras e descobertas embalados pelas canções do álbum The Dark Side of The Moon, obra-prima do grupo britânico Pink Floyd. Apropriadas para a discussão, as letras buscam reflexão sobre as pressões da vida contemporânea: o tempo, o dinheiro, a loucura e a morte.


É por meio da trilha sonora que o espetáculo faz referência ao fenômeno The Dark Side of The Rainbow, que se consolida na reprodução simultânea do álbum conceitual do Pink Floyd, gravado em 1973, e do filme O Mágico de Oz, dirigido por Victor Fleming, em 1939. Disseminado principalmente pelas mídias sociais, desde 1994, o fenômeno revela diversos momentos em que uma obra dialoga com a outra, seja por meio das letras das músicas, ou da sincronia audiovisual e melódica.
Para explorar de forma sinestésica este assunto que impressiona pessoas em todo o mundo, o Grupo Sonhus Teatro Ritual se apropriou da definição de “sincronicidade” cunhado por Carl Jung, tratando o episódio como advento relacionado, mas que não pode ser explicado pelos mecanismos convencionais de casualidade.

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