A cirurgia para colocar próteses nos seios ainda é um sonho de muitas mulheres, mas, de uns tempos para cá, o explante de silicone também tem virado uma tendência. Dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica, mostram que a procura pelo procedimento aumentou constantemente nos últimos anos – de 2018 a 2020, o número de mulheres que o realizaram cresceu de 14,6 mil para 25 mil.
Muitas famosas têm anunciado o retorno à mesa de cirurgia para conquistar novamente os seios naturais, como é o caso de Carolina Dieckmann, Fiorella Mattheis e Manu Gavassi. Essa decisão pode se dar por diferentes motivos, mas basicamente por estética e saúde, conforme destaca o médico cirurgião plástico Samuel Colman, de Blumenau (SC), que recebe muitas pacientes em seu consultório com dúvidas sobre o procedimento.
“Temos no mundo, hoje, 37 milhões de mulheres com prótese de mama e algumas, em um dado momento da vida, podem entender que preferem voltar a ter os seios naturais. Uma pessoa que colocou silicone aos 20 anos, pode querer mudar de novo aos 40, por exemplo. Isso é algo muito pessoal e também influenciado pelos novos padrões de beleza. Mas, há ainda fatores relacionados à saúde e, nesses casos, é preciso se aprofundar mais”, comenta o médico.
Embora nem todas as mulheres com implantes de silicone experimentem problemas de saúde, Dr. Colman salienta que é importante realizar exames de prevenção e detecção de possíveis complicações. Ele cita um exame chamado de termografia, que mostra o aumento da circulação e da temperatura na mama, podendo detectar problemas até 10 anos antes, segundo o especialista.
“Algumas mulheres fazem o explante de silicone porque têm algum tipo de complicação, seja ela uma contratura, uma ruptura, um vazamento do implante, assimetria ou descolamento, situações que podem causar à paciente desconforto físico, dor e insatisfação estética”, explica o cirurgião.
Embora o explante de silicone seja uma escolha válida para muitas mulheres, o médico ressalta que nem todas as complicações ou problemas relacionados aos implantes requerem a retirada das próteses. Alguns casos podem ser tratados de forma clínica, sem a necessidade de remoção. Os avanços na medicina estética e na cirurgia plástica permitiram o desenvolvimento de técnicas menos invasivas, como a revisão cirúrgica, substituição da prótese, entre outras.
“É importante enfatizar que cada caso é único e um tratamento individualizado é essencial. Dependendo da natureza dos sintomas e das complicações, tratamentos clínicos podem ser uma alternativa eficaz para resolver certos problemas, sem a necessidade de um explante de silicone. Cada caso deve ser investigado por um cirurgião plástico experiente e acompanhado por um bom mastologista”, pontua o Dr. Colman.
