Os Jogos Olímpicos de Paris têm pela primeira vez o mesmo número de mulheres e homens competindo. Entre os participantes, destacam-se atletas de 40, 50 e até 60 anos.
A combinação de sexismo e etarismo enraizados em nossa sociedade nos fez acreditar que a vida “útil” da mulher tem data de validade. No entanto, as Olimpíadas de Paris, além de promoverem a união entre os países, tem mostrado a força e vitalidade de mulheres maduras.
Na 30ª edição dos Jogos Olímpicos, pela primeira vez, há igualdade de gênero entre os atletas. Entre as 5.250 mulheres participantes, destacam-se a jovem skatista Zheng Haohao, de 11 anos, e a amazona Jill Irving, 40 anos mais velha.
Reunimos uma breve biografia de quatro atletas femininas acima dos 40 anos que quebram barreiras do preconceito e demonstram garra e competência; confira:
- Michelle Rohl: A americana, mãe, avó e ícone do atletismo, representou seu país nas Olimpíadas de Barcelona, Atlanta e Sydney. Em Paris, aos 58 anos, fará sua quarta participação em Jogos Olímpicos.
- Sinead Diver: A maratonista recordista australiana, com 47 anos, é mais um nome de peso nos jogos de 2024.
- Jill Irving: A canadense tornou-se atleta profissional de hipismo em 2008 e, aos 61 anos, participa pela primeira vez das Olimpíadas.
- Mary Hanna: A amazona australiana desembarcou em Paris meses antes de completar 70 anos.
Segundo pesquisas, em 2025 mais de 1 bilhão de mulheres estarão vivenciando o climatério no planeta, o que equivale a 12% da população mundial. Em média, a partir dos 40 anos, são observados os primeiros sintomas do climatério e da menopausa. Como a vitalidade da mulher é frequentemente associada à fertilidade, existe uma crença de que mulheres nessa idade são velhas demais para serem mães, profissionais e, neste caso, atletas olímpicas. A presença dessas atletas nos Jogos Olímpicos, um dos maiores eventos esportivos do mundo, dá potência e esperança para mulheres acima dos 40 anos, mostrando que a vida está apenas começando e que as possibilidades ainda são gigantescas, independentemente da idade.
Para a ginecologista Beatriz Tupinambá, especialista em longevidade e menopausa, os 40 anos ou mais podem ser a melhor fase da vida de uma mulher. “Precisamos trabalhar o psicológico. Esse período pode ser a melhor fase que a mulher pode viver. Entramos na menopausa na metade da vida e não precisamos nos manter indispostas, com calores, ressecamento e queda de libido, entre outros sintomas, porque simplesmente deixamos de nos movimentar ou de alimentar nossas células com hormônios por 50 anos”, explica Beatriz.
A grande maioria dos atletas se dedica ao esporte a vida inteira, e o fato de existirem cada vez mais competidores maduros em eventos dessa magnitude confirma que a atividade física é primordial para um envelhecimento saudável. Atletas olímpicos de 40, 50 e 60 anos provam que uma vida de movimento traz frutos para a eternidade. “A vida não acaba na juventude, e o estilo de vida das atletas acima dos 40 anos tem muito a nos ensinar. Atividade física, alimentação saudável e uma mente bem cuidada prolongam a qualidade de vida e abrem possibilidades de viver o que antes era inimaginável aos 40, 50 ou 60 anos”, finaliza a médica.