“Paisagismo 4.0” tem revolucionado conceito de sustentabilidade nas empresas

O conceito de paisagismo tem começado a mudar, principalmente no reconhecimento pela sociedade civil
(Foto: Divulgação/Vertical Garden)

O paisagismo, por anos, foi considerado somente algo estético nas residências e locais públicos, como praças e parques. Até hoje, a profissão de paisagista ainda não é popularmente conhecida e muitas vezes são vistas como similares, embora distintas, à de jardineiros. No Brasi existem muitas referências paisagistas, inclusive no exterior, por projetos em locais públicos – como Robert Burle Marx, Luiz Carlos Orsini, Rosa Kliass, entre outros.

Muitos destes profissionais sempre tiveram algum tipo de especialização em arquitetura ou artes plásticas antes de se dedicarem à função – que tem como principal característica a familiaridade com jardinagem e botânica. Ao atrelar essas qualidades com os conceitos de modernidade e sofisticação que cada um representou ou representa no período de atuação.

Atualmente, o conceito de paisagismo tem começado a mudar, principalmente no reconhecimento pela sociedade civil. Não só deixou de ser visto como “benfeitoria estética” como está atrelado diretamente à sustentabilidade. Bruno Watanabe, CEO da Vertical Garden, enfatiza que “Vivemos em cidades cada vez mais cinzas e menos sustentáveis, tomadas pela poluição de CO2 e dos rios. Hoje não basta plantar árvores ou tipos de plantas nativas para falar que estamos ficando verdes. É necessário pensar em projetos de paisagismo que sejam diferenciados pela sua função social”.

Nos últimos dois anos, o Grupo VG, holding responsável por gerir e acelerar as greentechs, percebeu a alta demanda por busca de empresas interessadas em implementar projetos que estivessem diretamente ligados a pautas do meio ambiente. Foi assim que o grupo decidiu ampliar o seu leque de serviços, além dos já conhecidos jardins verticais. “Pensamos no processo do começo ao fim, inclusive em como isso será anunciado para a sociedade, de forma objetiva e sem causar ruídos”, explica Watanabe.

Linhas de Trens Verdes

Os paulistanos que utilizam a Marginal Pinheiros ou embarcam pela Linha 9 – Esmeralda, da CPTM, com certeza já perceberam como algumas estações de trem estão mais “verdes” nos últimos tempos. Quem acha que foi apenas “mais uma” iniciativa sustentável, engana-se. Trata-se de um projeto ambicioso feito entre a iniciativa privada e a Vertical Garden. “Até o momento foram revitalizadas quatro estações e a meta é chegar a dez até o final do ano”, comenta o executivo.

(Foto: Divulgação/Vertical Garden)

Uma estação modelo é a Vila Olímpia (CPTM), que conta com um projeto que tem 1.000 m² de plantas naturais irrigadas com água de reuso filtrada do sistema de esgotos da estação (wetlands), cuja tecnologia é conhecida mundialmente por ser a solução para tratamento de esgoto sanitário em pequenas cidades ou comunidades.

Burle-Marx aplaudiria

A Torre Ecoparada Madero é outro projeto que exemplifica bastante o conceito de Paisagismo 4.0 ao trazer soluções baseadas na natureza, o qual leva em conta humanização de espaços, purificação do ar, contato das pessoas com o verde, estímulo à biodiversidade, uso de água da chuva e captação de energia solar, podendo ser utilizadas nos banheiros e também na irrigação de mudas ornamentais e telhado verde. Já no que diz respeito à energia solar, as placas fotovoltaicas alimentam todo o sistema de iluminação do espaço, além do ponto de carregamento de carros elétricos.

Cidade Matarazzo

(Foto: Divulgação/Vertical Garden)

Atualmente, a Vertical Garden está responsável por algumas áreas da Cidade Matarazzo, onde foram utilizadas mais de 5 mil barras de eucaliptos para produzirem duas estruturas – Pool House e Swimming Pool -, de madeiras na área externa do Hotel Rosewood, sendo ambas criações do designer e arquiteto francês Philippe Starck.

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