O Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora) passou a integrar tecnologias robóticas de última geração em seu programa de reabilitação pediátrica, ampliando o tratamento de crianças e adolescentes em tratamento contra o câncer ou em investigação diagnóstica. Os equipamentos, produzidos por empresa suíça referência global em reabilitação robótica, estão agora disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na rede pública goiana.
Desde a introdução da tecnologia, cerca de 30 pacientes infantojuvenis já iniciaram a recuperação funcional por meio da robótica, enfrentando sequelas comuns à doença e aos efeitos de tratamentos como quimioterapia e cirurgia, incluindo fraqueza muscular, alterações neurológicas, perda de resistência e dificuldades de marcha.
Entre os dispositivos utilizados no Cora está o Lokomat, uma esteira com exoesqueleto para membros inferiores que facilita movimentos repetitivos e simétricos com controle de peso corporal e feedback visual. Outro equipamento, o Andago, permite treino da marcha em ambiente real com suporte parcial de peso, ampliando a segurança e liberdade de movimento das crianças.
Resultados clínicos e impacto na recuperação
Profissionais da equipe de reabilitação observam avanços significativos no padrão de marcha, equilíbrio, coordenação motora e funcionalidade dos membros superiores entre os pacientes atendidos com apoio robótico. Segundo a fisioterapeuta técnica Diene Watanabe de Matos, a tecnologia permite treinos personalizados, com intensidade e assistência ajustáveis, acelerando a reaprendizagem motora sem sobrecarga física. Além dos benefícios clínicos, a interação com jogos e estímulos visuais presentes nos equipamentos tem aumentado a adesão das crianças ao tratamento, tornando o processo de reabilitação mais motivador e menos estressante.
Para o diretor-geral do Cora, Rafael Mendonça, a adoção de robótica de ponta reforça o compromisso da unidade com um atendimento inovador e humanizado: “Ao unir tecnologia avançada, cuidado humanizado e pesquisa, o Cora se torna referência nacional no atendimento oncológico pediátrico, garantindo que crianças tenham acesso a tratamentos eficazes sem sair do estado”.
Desde sua inauguração em junho de 2025, o Cora já registrou 243 novos casos, com 101 diagnósticos oncológicos e mais de 600 cirurgias realizadas em seis meses. A unidade realizou 4.051 consultas médicas e 3.136 atendimentos multiprofissionais, além de exames e internações.
O complexo recebeu R$ 255 milhões em investimentos do Governo de Goiás, oferecendo tratamentos de alta complexidade sem que as famílias precisem se deslocar para outras regiões. A unidade também conta com tecnologias inéditas no SUS, como ressonância magnética integrada ao centro cirúrgico, e todo o atendimento é coordenado pelo Complexo Regulador Estadual, garantindo acesso ágil e seguro aos pacientes.














