Em uma ação estratégica, Goiânia sediará a 2ª edição da Aviation XP Centro-Oeste

A escolha da capital de Goiás, para sediar o evento pela segunda vez, é uma ação mais do que estratégica, já que o estado é o quarto maior pólo de serviços de aviação do país
O estado abriga 92 empresas de táxi aéreo, aviação agrícola e manutenção aeronáutica. - (Foto: Divulgação)
O Estado abriga 92 empresas de táxi aéreo, aviação agrícola e manutenção aeronáutica. – (Foto: Divulgação)

Nos dias 29 e 30 de junho, Goiânia recebe mais uma edição da feira de aviação Aviation XP Centro-Oeste, no Aeroporto Santa Genoveva. O evento além de palestras, mesas redondas e exposição de aeronaves, também contará com diversas empresas de manutenção aérea, fabricantes de peças e diversos prestadores de serviços aeroportuários. A escolha da capital de Goiás, para sediar o evento pela segunda vez, é mais do que estratégica, já que o Estado é o quarto maior pólo de serviços de aviação do país, ficando atrás apenas de Mato Grosso, São Paulo e Rio Grande do Sul.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), Goiás abriga 92 empresas de táxi-aéreo, aviação agrícola e manutenção aeronáutica. Entre os 26 estados e o Distrito Federal, o Estado é o sexto maior em número de aeródromos privados, com 159 áreas particulares homologadas para pousos e decolagens de aviões. Segundo especialistas, essa vocação econômica de Goiás para a aviação se explica, em grande parte, pela força do agronegócio e sua localização geográfica, no centro do País.

Nos próximos anos, a capital goiana deve se consolidar ainda mais como um dos principais pólos da aviação geral no País, já que até 2024, a sua região metropolitana contará com o início das operações do maior pólo aeronáutico do Centro-Oeste. Capitaneado pelas empresas Tropical Urbanismo, Innovar Construtora, CMC Engenharia, BCI Empreendimentos e Participações e a RC Bastos Participações, o Antares Polo Aeronáutico está sendo construído em Aparecida de Goiânia, numa área total de 209 hectares, que contará com um aeroporto público-privado para atender a todos os segmentos da aviação (aviação agrícola, táxi-aéreo, aviação executiva, o regional e outros).

O megaempreendimento, que será um dos expositores da Aviation XP Centro-Oeste, também contará com hangares e infraestrutura para receber empresas de manutenção, fabricantes de peças aeronáuticas, escolas de formação para pilotos e empresas de transporte e logística. Em sua primeira fase, o polo entregará 72 lotes de até 1.500 m², com infraestrutura completa, pista de pouso e decolagens para receber até aeronaves de grande porte -como o Boeing 737 800-, terminal de embarque e desembarque, portaria e estacionamento.

O empresário e um dos sócios empreendedores do Antares Pólo Aeronáutico, Marcos Bernardo , avalia que “Mesmo durante esses dois últimos anos de pandemia, o setor não deixou de crescer. Temos dados da Abag que apontam que, entre 2020 e até abril deste ano, a frota operacional do país registrou um aumento de 4%. Neste mesmo período, só a frota de jatos na aviação de negócios cresceu 8,8%. Os números mostram que o setor cresce e pode crescer muito mais”.

Marcos Bernardo lembra ainda que no mundo todo, os aeroportos, mais do que uma infraestrutura para operações de aeronaves, são também importantes pólos indutores de desenvolvimento e geração de empregos de alta qualidade. “Um aeroporto ou um pólo aeronáutico atrai para suas imediações novos serviços, novas empresas e comodidades, como lojas, hotéis e entretenimento. Portanto, é uma infraestrutura com enorme potencial econômico e que gera mais empregos, mais renda e atrai melhor infraestrutura. Para se ter ideia, só o Antares, quando estiver em total operação, irá gerar mais de três mil postos de trabalho”, relata.

Aviação e economia

De acordo com o incorporador e também um dos sócios do empreendimento, Rodrigo Neiva, num país com as dimensões do Brasil, a aviação traz possibilidades quase que infinitas de negócios e geração de empregos qualificados. “Num universo de mais de 5.600 municípios brasileiros, hoje, somente 100 são atendidos por voos regulares da aviação comercial, o que deixa cerca de 5.500 cidades fora do circuito das grandes companhias áreas. Portanto, o investimento na aviação executiva, ou geral, é a grande solução para uma conexão eficiente entres as variadas regiões de um país com proporções continentais, como é o nosso”, afirma o empreendedor.

Rodrigo Neiva avalia que o modal aéreo é o mais indicado para a moderna economia dos dias de hoje, que é fortemente impactada pelo E-commerce. Segundo ele, agilidade, eficiência e segurança são as palavras que melhor definem a aviação como meio de transporte. “Em um país com dimensões continentais como o Brasil, alguns lugares são de difícil acesso e podem ter prazos muito longos oferecidos por outros meios de transporte”, argumenta o empreendedor.

Os números demonstram que também no transporte de cargas, a aviação brasileira tem um longo e promissor caminho a percorrer. De acordo com informações da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), a utilização do modal aéreo é equivalente a 4% do transporte de toda a carga do país, apesar dos 60 aeroportos, 24 terminais logísticos para carga e 72 estações de controle de tráfego aéreo.

Comparando com outros meios de transporte de carga: o rodoviário é o mais utilizado, alcançando cerca de 61% do total, seguido pelo modal ferroviário, que alcança 21% e o aquaviário equivalente a 14%. “Também nesse segmento da logística e transporte de carga, o mercado da aviação no Brasil ainda tem um potencial enorme de crescimento”, acrescenta Rodrigo.

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