A cantora Angela Ro Ro morreu nesta segunda-feira (8), aos 75 anos. A causa da morte não foi divulgada, mas ela estava internada desde junho e chegou a passar 21 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após complicações que levaram à intubação e à realização de uma traqueostomia.
Nascida no Rio de Janeiro, Angela ganhou o apelido “Ro Ro” ainda na infância, devido à voz rouca que marcaria sua trajetória. Sua carreira começou em 1979 com o álbum “Angela Ro Ro”, que trouxe sucessos como “Amor Meu Grande Amor” e “Tola Foi Você”. A cantora transitou por gêneros como MPB, blues, rock e jazz, construindo uma obra singular e reconhecida.
Antes da estreia fonográfica, chegou a cantar em bares do Rio de Janeiro e viveu em Londres, onde trabalhou como garçonete e faxineira. De volta ao Brasil em 1974, consolidou-se na década de 1980 com discos como “Só Nos Resta Viver” (1980) e “Escândalo!” (1981).
Além da música, Angela se destacou pelo papel pioneiro no movimento LGBTQIA+, assumindo publicamente sua orientação sexual em uma época de forte preconceito. No início dos anos 1980, tornou-se uma das primeiras artistas brasileiras a falar abertamente sobre a lesbofobia e sua vida afetiva.
Sua carreira teve altos e baixos, marcada por períodos de menor produção, mas também por novos projetos, como a apresentação do talk-show “Escândalo no Canal Brasil”, entre 2004 e 2005. Em 2006, lançou o álbum “Compasso” e um registro ao vivo pela Indie Records.
Com uma trajetória marcada por intensidade artística e personalidade forte, Angela Ro Ro deixa um legado na música brasileira e na luta por representatividade.