Lixão do Atacama recebe fashion week em prol à conscientização ambiental

Iniciativa é idealizada pela ONG Desierto Vestido
Lixão do Atacama
(Foto: Mauricio Nahas)

Inspirado nas semanas de moda, o lixão do Atacama – região composta por mais de 59 mil toneladas de peças de vestuário-, localizado no deserto do Chile, recebeu a Atacama Fashion Week. A ação, idealizada pela ONG Desierto Vestido,tem o objetivo de conscientizar o descarte e o consumo desenfreado do atual cenário da moda. 

O Atacama Fashion Week promoveu um desfile de moda em pleno lixão do Atacama, com modelos vestindo looks feitos por produtores a partir de roupas despejadas no local. Além da passarela, a edição conta com um editorial fotográfico assinado por Maurício Nahas. 

A ação é uma iniciativa ao debate social mais eficiente sobre relações de consumo e descarte. Por isso, o compromisso do Desierto Vestido é fundamental à adoção de medidas públicas e privadas acerca do destino correto de vestimentas. “Estamos aqui todos os dias do ano, nessa luta difícil. E, dia após dia, vemos o problema se agravar. Precisávamos promover algo grandioso para chamar a atenção de todos os agentes do problema para discutirmos uma solução. O Atacama não pode mais esperar”, ressalta a co-fundadora da ONG, Ángela Astudillo.

Moda e Meio Ambiente

Para evitar o aumento de 1,5ºC e o agravamento da crise climática, o setor da moda terá que reduzir suas emissões pela metade até 2030, de acordo com informações publicadas no site do instituto Febre, organização voltada à justiça climática para as mulheres da moda e apoiadora do projeto. A iniciativa também traz holofote a um problema recorrente no Deserto do Atacama: queimadas clandestinas são realizadas nos montantes de roupas, que eventualmente também são enterradas no local.

“É crucial uma mudança sistêmica na indústria da moda, e como cidadãos, todos temos um papel a desempenhar. Das marcas, queremos a responsabilização e compromissos robustos. Dos governos, a missão é reivindicar políticas públicas e fiscalizações. Com a sociedade civil, o nosso papel é disseminar informações e impulsionar ações de mobilização”, destaca Fernanda Simon, diretora executiva do Fashion Revolution Brasil – organização brasileira do maior movimento ativista da moda no mundo.

Lixão do Atacama
(Foto: Mauricio Nahas)

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