Regional com pitada de mundo

Ranulfo Borges

Nada mais regional do que empadão, bolo de arroz e o alfenim vilaboenses. Mas o Festival Gastronômico da Cidade de Goiás tende ao cosmopolitismo. Em sua terceira edição, que aconteceu de 11 a 15 de outubro, o cardápio ofereceu uma mistura de sabores de diferentes sotaques e nacionalidades, com itens que iam dos salgados e quitandas vendidos no mercado a pratos da cozinha européia. É claro, sem esquecer do pequi, frango caipira, peixe na telha, carne de panela e outros pratos da cozinha goiana que deram o toque de tradição.

A culinária portuguesa foi representada por azeites, vinhos, bacalhau e sardinhas. Degustação de champagne e de vinhos, peixes do Araguaia, massas e releituras da comida goiana, com misturas inusitadas de ingredientes do cerrado, foram alguns dos outros itens do menu.
O porco no rolete fez a alegria de quem compareceu ao Hotel Vila Boa. O proprietário, Pedrinho Abraão, recebeu os hóspedes e visitantes em volta da piscina com música ao vivo, o cardápio tradicional da casa e a vista privilegiada que o local oferece.

A tradicional feijoada de sábado foi servida no Restaurante Poesias, de Cleonice e Domingas. O responsável foi o médico e chef Edson de Moraes, nova revelação da gastronomia goiana. Sem esquecer dos pacientes, ele tem achado tempo também para atender os apreciadores da boa comida em festas e eventos. Do festival de Goiás, é a segunda vez que participa.

O caso de Edson com as panelas e o fogão começou como um hobby. “Desde adolescente eu gosto de cozinhar”, conta. E foi movido por esta paixão que durante muito tempo ele restringiu seus talentos culinários apenas aos amigos e à família. Mas foram aparecendo cada vez mais convites. E ele resolveu se profissionalizar. Foi quando descobriu o curso de Gastronomia da Faculdade Cambury. E não perdeu tempo. Reduziu plantões e se desdobrou para conseguir conciliar o trabalho de médico com a faculdade. Ele se forma no final deste ano com a primeira turma. “Foi muito desgastante, mas valeu a pena”, conta.

Ele aproveita para elogiar o trabalho dos seus colegas de curso, que participaram do festival assessorando os donos de restaurantes e colocando a mão na massa quando foi preciso. Edson explica que foi uma grande troca de experiências. Os estudantes e chefs de Goiânia levaram conhecimentos técnicos e puderam aprender segredos práticos. “A grande lição que aprendi foi sobre improviso e simplicidade. Mesmo sem o aparato de um grande restaurante, o pessoal daqui faz maravilhas”, elogia.

Mas, voltando à sua feijoada, servida no Poesias, ela tem um diferencial. É bem mais light do que o de costume. Os ingredientes são praticamente os mesmos. Tem costela, rabo, orelha, pernil. Mas alguns detalhes fazem a diferença. Para começar, pouquíssimos produtos defumados. Edson prefere ingredientes frescos. Vai até o açougue escolher pessoalmente e dá preferência paras as carnes mais magras. Depois desenvolve um paciente trabalho para retirar o excesso de gordura. Primeiro faz uma limpeza com a faca. Em seguida leva as carnes ao forno para que mais gordura seja dissolvida com o calor. Junte-se a isso o tempero caprichado e o difícil depois é comer com moderação. Mas a vantagem é que não pesa tanto no estômago.

Oficinas

Os mestres da cozinha passaram um pouco de seus conhecimentos nas oficinas oferecidas pelo festival. O público pôde aprender com os especialistas locais e os convidados a fazer bolo de arroz, biscoito frito, pamonha, pastel, e até chocolate, com Rosa Alzira, da Sonho Meu.
Teve também uma oficina de pequi, ministrada pelos chefs Humberto Marra e Ana, do Restaurante Braseiro, que mostraram como dar usos mais nobres para o tradicional fruto da cozinha goiana. Além do arroz e do frango, ensinaram como fazer creme salgado e até paella.
Outras atrações foram shows musicais, apresentações folclóricas e exposições de arte com Gilmar Camilo e Juliano Moraes. O chef dublê de DJ André Barros animou uma noite de drinks no Alcoobaça.

Dona Inês

Bolo de arroz da Cidade de Goiás virou um patrimônio de todo o Estado. E lá existe uma autoridade no assunto. A dona Inês, que vende o produto no mercado da antiga capital. Não é só uma questão de sabor. Há também o peso da tradição. Afinal, são 30 anos de dedicação. Ela revela o segredo do seu bolo: “Tem que ser bem temperado e bem fermentado”. E ensina que para uma boa fermentação é preciso “deixar pousar” de um dia para o outro.
Muitas outras coisas aconteceram nos quatro dias do festival gastronômico e cultural. Mas, quando se trata da cidade de Goiás, o cardápio vai bem além das comidas e shows. Uma visita à cidade é sempre uma oportunidade para ir de encontro ao nosso passado. De ouvir as histórias que nos contam o Rio Vermelho, a Casa de Cora, o Museu da Bandeira, a Igreja da Matriz e cada uma das esquinas, becos, ruas e casas da antiga capital.

Dica do chefe Edson de Moraes

Para tirar o excesso de gordura do torresmo, basta salgá-lo e dar uma polvilhada com bicarbonato. Deixe para fritar no outro dia.

Ranulfo Borges

Nada mais regional do que empadão, bolo de arroz e o alfenim vilaboenses. Mas o Festival Gastronômico da Cidade de Goiás tende ao cosmopolitismo. Em sua terceira edição, que aconteceu de 11 a 15 de outubro, o cardápio ofereceu uma mistura de sabores de diferentes sotaques e nacionalidades, com itens que iam dos salgados e quitandas vendidos no mercado a pratos da cozinha européia. É claro, sem esquecer do pequi, frango caipira, peixe na telha, carne de panela e outros pratos da cozinha goiana que deram o toque de tradição.
A culinária portuguesa foi representada por azeites, vinhos, bacalhau e sardinhas. Degustação de champagne e de vinhos, peixes do Araguaia, massas e releituras da comida goiana, com misturas inusitadas de ingredientes do cerrado, foram alguns dos outros itens do menu.
O porco no rolete fez a alegria de quem compareceu ao Hotel Vila Boa. O proprietário, Pedrinho Abraão, recebeu os hóspedes e visitantes em volta da piscina com música ao vivo, o cardápio tradicional da casa e a vista privilegiada que o local oferece.
A tradicional feijoada de sábado foi servida no Restaurante Poesias, de Cleonice e Domingas. O responsável foi o médico e chef Edson de Moraes, nova revelação da gastronomia goiana. Sem esquecer dos pacientes, ele tem achado tempo também para atender os apreciadores da boa comida em festas e eventos. Do festival de Goiás, é a segunda vez que participa.
O caso de Edson com as panelas e o fogão começou como um hobby. “Desde adolescente eu gosto de cozinhar”, conta. E foi movido por esta paixão que durante muito tempo ele restringiu seus talentos culinários apenas aos amigos e à família. Mas foram aparecendo cada vez mais convites. E ele resolveu se profissionalizar. Foi quando descobriu o curso de Gastronomia da Faculdade Cambury. E não perdeu tempo. Reduziu plantões e se desdobrou para conseguir conciliar o trabalho de médico com a faculdade. Ele se forma no final deste ano com a primeira turma. “Foi muito desgastante, mas valeu a pena”, conta.
Ele aproveita para elogiar o trabalho dos seus colegas de curso, que participaram do festival assessorando os donos de restaurantes e colocando a mão na massa quando foi preciso. Edson explica que foi uma grande troca de experiências. Os estudantes e chefs de Goiânia levaram conhecimentos técnicos e puderam aprender segredos práticos. “A grande lição que aprendi foi sobre improviso e simplicidade. Mesmo sem o aparato de um grande restaurante, o pessoal daqui faz maravilhas”, elogia.
Mas, voltando à sua feijoada, servida no Poesias, ela tem um diferencial. É bem mais light do que o de costume. Os ingredientes são praticamente os mesmos. Tem costela, rabo, orelha, pernil. Mas alguns detalhes fazem a diferença. Para começar, pouquíssimos produtos defumados. Edson prefere ingredientes frescos. Vai até o açougue escolher pessoalmente e dá preferência paras as carnes mais magras. Depois desenvolve um paciente trabalho para retirar o excesso de gordura. Primeiro faz uma limpeza com a faca. Em seguida leva as carnes ao forno para que mais gordura seja dissolvida com o calor. Junte-se a isso o tempero caprichado e o difícil depois é comer com moderação. Mas a vantagem é que não pesa tanto no estômago.

Oficinas

Os mestres da cozinha passaram um pouco de seus conhecimentos nas oficinas oferecidas pelo festival. O público pôde aprender com os especialistas locais e os convidados a fazer bolo de arroz, biscoito frito, pamonha, pastel, e até chocolate, com Rosa Alzira, da Sonho Meu.
Teve também uma oficina de pequi, ministrada pelos chefs Humberto Marra e Ana, do Restaurante Braseiro, que mostraram como dar usos mais nobres para o tradicional fruto da cozinha goiana. Além do arroz e do frango, ensinaram como fazer creme salgado e até paella.
Outras atrações foram shows musicais, apresentações folclóricas e exposições de arte com Gilmar Camilo e Juliano Moraes. O chef dublê de DJ André Barros animou uma noite de drinks no Alcoobaça.

Dona Inês

Bolo de arroz da Cidade de Goiás virou um patrimônio de todo o Estado. E lá existe uma autoridade no assunto. A dona Inês, que vende o produto no mercado da antiga capital. Não é só uma questão de sabor. Há também o peso da tradição. Afinal, são 30 anos de dedicação. Ela revela o segredo do seu bolo: “Tem que ser bem temperado e bem fermentado”. E ensina que para uma boa fermentação é preciso “deixar pousar” de um dia para o outro.
Muitas outras coisas aconteceram nos quatro dias do festival gastronômico e cultural. Mas, quando se trata da cidade de Goiás, o cardápio vai bem além das comidas e shows. Uma visita à cidade é sempre uma oportunidade para ir de encontro ao nosso passado. De ouvir as histórias que nos contam o Rio Vermelho, a Casa de Cora, o Museu da Bandeira, a Igreja da Matriz e cada uma das esquinas, becos, ruas e casas da antiga capital.

Dica do chefe Edson de Moraes

Para tirar o excesso de gordura do torresmo, basta salgá-lo e dar uma polvilhada com bicarbonato. Deixe para fritar no outro dia.

Ranulfo Borges

Nada mais regional do que empadão, bolo de arroz e o alfenim vilaboenses. Mas o Festival Gastronômico da Cidade de Goiás tende ao cosmopolitismo. Em sua terceira edição, que aconteceu de 11 a 15 de outubro, o cardápio ofereceu uma mistura de sabores de diferentes sotaques e nacionalidades, com itens que iam dos salgados e quitandas vendidos no mercado a pratos da cozinha européia. É claro, sem esquecer do pequi, frango caipira, peixe na telha, carne de panela e outros pratos da cozinha goiana que deram o toque de tradição.
A culinária portuguesa foi representada por azeites, vinhos, bacalhau e sardinhas. Degustação de champagne e de vinhos, peixes do Araguaia, massas e releituras da comida goiana, com misturas inusitadas de ingredientes do cerrado, foram alguns dos outros itens do menu.
O porco no rolete fez a alegria de quem compareceu ao Hotel Vila Boa. O proprietário, Pedrinho Abraão, recebeu os hóspedes e visitantes em volta da piscina com música ao vivo, o cardápio tradicional da casa e a vista privilegiada que o local oferece.
A tradicional feijoada de sábado foi servida no Restaurante Poesias, de Cleonice e Domingas. O responsável foi o médico e chef Edson de Moraes, nova revelação da gastronomia goiana. Sem esquecer dos pacientes, ele tem achado tempo também para atender os apreciadores da boa comida em festas e eventos. Do festival de Goiás, é a segunda vez que participa.
O caso de Edson com as panelas e o fogão começou como um hobby. “Desde adolescente eu gosto de cozinhar”, conta. E foi movido por esta paixão que durante muito tempo ele restringiu seus talentos culinários apenas aos amigos e à família. Mas foram aparecendo cada vez mais convites. E ele resolveu se profissionalizar. Foi quando descobriu o curso de Gastronomia da Faculdade Cambury. E não perdeu tempo. Reduziu plantões e se desdobrou para conseguir conciliar o trabalho de médico com a faculdade. Ele se forma no final deste ano com a primeira turma. “Foi muito desgastante, mas valeu a pena”, conta.
Ele aproveita para elogiar o trabalho dos seus colegas de curso, que participaram do festival assessorando os donos de restaurantes e colocando a mão na massa quando foi preciso. Edson explica que foi uma grande troca de experiências. Os estudantes e chefs de Goiânia levaram conhecimentos técnicos e puderam aprender segredos práticos. “A grande lição que aprendi foi sobre improviso e simplicidade. Mesmo sem o aparato de um grande restaurante, o pessoal daqui faz maravilhas”, elogia.
Mas, voltando à sua feijoada, servida no Poesias, ela tem um diferencial. É bem mais light do que o de costume. Os ingredientes são praticamente os mesmos. Tem costela, rabo, orelha, pernil. Mas alguns detalhes fazem a diferença. Para começar, pouquíssimos produtos defumados. Edson prefere ingredientes frescos. Vai até o açougue escolher pessoalmente e dá preferência paras as carnes mais magras. Depois desenvolve um paciente trabalho para retirar o excesso de gordura. Primeiro faz uma limpeza com a faca. Em seguida leva as carnes ao forno para que mais gordura seja dissolvida com o calor. Junte-se a isso o tempero caprichado e o difícil depois é comer com moderação. Mas a vantagem é que não pesa tanto no estômago.

Oficinas

Os mestres da cozinha passaram um pouco de seus conhecimentos nas oficinas oferecidas pelo festival. O público pôde aprender com os especialistas locais e os convidados a fazer bolo de arroz, biscoito frito, pamonha, pastel, e até chocolate, com Rosa Alzira, da Sonho Meu.
Teve também uma oficina de pequi, ministrada pelos chefs Humberto Marra e Ana, do Restaurante Braseiro, que mostraram como dar usos mais nobres para o tradicional fruto da cozinha goiana. Além do arroz e do frango, ensinaram como fazer creme salgado e até paella.
Outras atrações foram shows musicais, apresentações folclóricas e exposições de arte com Gilmar Camilo e Juliano Moraes. O chef dublê de DJ André Barros animou uma noite de drinks no Alcoobaça.

Dona Inês

Bolo de arroz da Cidade de Goiás virou um patrimônio de todo o Estado. E lá existe uma autoridade no assunto. A dona Inês, que vende o produto no mercado da antiga capital. Não é só uma questão de sabor. Há também o peso da tradição. Afinal, são 30 anos de dedicação. Ela revela o segredo do seu bolo: “Tem que ser bem temperado e bem fermentado”. E ensina que para uma boa fermentação é preciso “deixar pousar” de um dia para o outro.
Muitas outras coisas aconteceram nos quatro dias do festival gastronômico e cultural. Mas, quando se trata da cidade de Goiás, o cardápio vai bem além das comidas e shows. Uma visita à cidade é sempre uma oportunidade para ir de encontro ao nosso passado. De ouvir as histórias que nos contam o Rio Vermelho, a Casa de Cora, o Museu da Bandeira, a Igreja da Matriz e cada uma das esquinas, becos, ruas e casas da antiga capital.

Dica do chefe Edson de Moraes

Para tirar o excesso de gordura do torresmo, basta salgá-lo e dar uma polvilhada com bicarbonato. Deixe para fritar no outro dia.

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