Memorial do Cerrado apresenta programação especial na Semana dos Povos Indígenas

Escavação arqueológica, contação de mitos indígenas, exposição fotográfica e cineminha são algumas das atividades para demonstrar a importância da ancestralidade para as novas gerações
Memorial do Cerrado
Programação têm como público-alvo estudantes da rede pública e privada. (Foto: Divulgação)

O dia 19 de abril é marcado por ser uma data de memória e celebração da cultura e herança indígena no Brasil. Para celebar a data, o Memorial do Cerrado oferece uma programação especial durante a Semana dos Povos Indígenas, que ocorre entre 17 e 20 de abril na PUC Goiás.

Além de disponibilizar toda sua infraestrutura, formada por museu, vila cenográfica, fazendinha, quilombo, aldeia e trilha ecológica, a equipe do Instituto do Trópico Subúmido (ITS) organizou um circuito de atividades. Dentre estas: exposição fotográfica, contação de histórias, cineminha e escavação arqueológica para receber as escolas que visitarem o complexo nos dias do evento.

De acordo com a coordenadora acadêmica e pedagógica do Instituto, profa. Nicali Bleyer, toda a programação será pautada pela temática dos povos originários. O intuito é que as atividades dialoguem entre si, de forma que as crianças e adolescentes compreendam que só é possível conhecer as próprias raízes através da ancestralidade indígena.

“Temos uma exposição fotográfica antiga, que traz essa memória da ancestralidade articulada à contação de histórias, porque é assim que os povos originários perpetuam seus mitos, modo de vida, saberes sobre a natureza e sobre a sociedade. Queremos mostrar que isso também está atrelado a nós, que não tem nada de diferente. A ancestralidade é importante para nós, porque os povos originários são nossas raízes”, refletiu.

Para ter acesso à programação, as escolas precisam fazer agendamento pelo telefone: 3946-1711/17-28. O Memorial do Cerrado fica aberto de segunda a sexta-feira, das 8h às 17 horas. O valor do ingresso é R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).

Ancestralidade viva 

Uma das exposições foi montada dentro do Museu de História Natural e aborda o tema Ancestralidade viva: uma jornada fotográfica pelos povos originários. As fotografias foram feitas entre 20 e 50 anos atrás por fotógrafos não indígenas, como registro documental dos grupos Karajá, Tapirapé, Xavante e Avá-canoeiro. Elas são de autoria de Franca Vilarinho, Jesco Von Puttkamer, Walter Sanches e Antônio Carlos Moura.

“Ao revisitá-las, percebemos nas imagens o poder de nos transportar para aquele tempo e ver pessoas em seu cotidiano atraídas pela presença do fotógrafo. Estamos remexendo o passado e mostrando crianças e adultos, que hoje estão mais velhos ou já se foram. É a ancestralidade que está viva na memória coletiva dos povos indígenas que essa exposição fotográfica quer compartilhar, a vida cotidiana, as tradições, as lutas, em outras palavras, a resistência dos povos originários”, informa o texto que apresenta a atração ao visitante.

Uma série de fotografias antigas de Paula Saldanha, que retratam vários grupos indígenas, fecham a linha narrativa da visitação guiada no Museu. Outra novidade da programação será a contação de histórias (mitos indígenas), que ocorrerá durante a Semana dos Povos Indígenas, na Vila Cenográfica, atrás da igreja.

As atividades ocorrerão das 8h às 17 horas, nos dias 17 a 20 de abril.  No dia 19 de abril, especificamente, está prevista uma degustação de doce de buriti para os visitantes presentes no local.  

Novos espaços: escavação e cineminha

Enquanto as exposições fotográficas movimentam a programação do mês de abril, outras duas atrações ficarão permanentes no Memorial do Cerrado para ampliar o diálogo didático com os visitantes: uma sala multiuso voltada à educação ambiental fecha a visitação do museu e um sítio arqueológico, montado na trilha ecológica, foi preparado para que os estudantes das escolas possam vivenciar uma experiência de escavação arqueológica.

“Esses espaços novos ficarão de forma permanente no nosso circuito. Estamos organizando uma sala multiuso, onde vai funcionar um cineminha, experimentos didáticos, mostras, e também a escavação escola, onde os estudantes poderão encontrar cacos de cerâmicas didáticos, restos de ossos e fragmentos de rochas (material lítico) em um espaço preparado para essa finalidade”, informou Nicali.

Povos originários

A Semana dos Povos Indígenas movimenta a programação da PUC Goiás de 17 a 20 abril com lives transmitidas pelo canal da universidade no YouTube (mesas-redondas e apresentações de trabalhos), além de atividades presenciais (audiência pública, sessões de cinema e atividades no Memorial do Cerrado para escolas). 

Neste ano, o evento discutirá o tema Povos originários: alteridade, violências e protagonismo. De acordo com a comissão organizadora do evento, esses três pontos recorrentes e desafiadores na luta dos povos indígenas no Brasil necessitam ser debatidos pela sociedade governamental e civil, a fim de dar visibilidade às lutas e reinvindicações dos povos originários.

No Dia dos Povos Indígenas, 19 de abril, está marcada uma audiência pública sobre a situação indígena no estado goiano com o deputado estadual Mauro Rubem na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, das 9h às 12 horas.

Serviço – Memorial do Cerrado com programação especial na Semana dos Povos Indígenas

Dias: 17 a 20 de abril
Horário: 8h às 17 horas
Valor do ingresso: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Agendamento pelo telefone: 3946-1711/17-28

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