Conjunto da Cidade de Goiás completa 21 anos como Patrimônio Mundial

Município é testemunha da ocupação e da colonização do Brasil Central nos séculos XVIII e XIX
Conjunto da Cidade de Goiás
Museu da Arte Sacra (Foto: Iphan)

Nesta sexta-feira (16), o Conjunto da Cidade de Goiás, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo, comemora 21 anos de reconhecimento como Patrimônio Mundial pela Unesco.

A cidade é testemunha da ocupação e da colonização do Brasil Central nos séculos XVIII e XIX. As origens da cidade estão intimamente ligadas à história das bandeiras, que partiram principalmente de São Paulo para explorar o interior do território brasileiro.

O conjunto arquitetônico, paisagístico e urbanístico do centro histórico de Goiás foi tombado em 1978 e reconhecido como Patrimônio Mundial no dia 16 de dezembro de 2001.

Goiás foi o primeiro núcleo urbano oficialmente reconhecido ao oeste da linha de demarcação do Tratado de Tordesilhas, que definiu originalmente as fronteiras da colônia portuguesa.

Em 1950, o Iphan tombou como monumentos históricos suas principais igrejas e o quartel. Em 1951, foi a vez da antiga Casa da Câmara, do palácio e da rua vizinha à Fundição, bem como do Chafariz de Cauda. Com a formação de novos bairros, a partir de 1970, com construções baixas, o Instituto tombou o centro histórico em 1978.

“Goiás é um exemplo de uma cidade mineradora dos séculos XVIII e XIX que permaneceu preservada, incluindo seu meio ambiente natural”, pontua o superintendente do Iphan em Goiás, Alysson Cabral.

O centro histórico de Goiás mantém, até hoje, o caráter primitivo de sua trama urbana, dos espaços públicos e privados, da escala e volumetria das edificações urbanas. Em 1950, o Iphan tombou como monumentos históricos suas principais igrejas e o quartel.

Casa de Cora Coralina

Conjunto da Cidade de Goiás
Casa Cora Coralina (Foto: Iphan)

Entre os bens tombados está a residência da escritora Cora Coralina, nomeada de “Casa de Cora Coralina”, que representa o modelo típico da arquitetura desenvolvida no período colonial. O edifício foi construído por volta de 1782, pelo português Dr. Antônio de Souza Telles, primeiro proprietário.

Conforme os estudos realizados pelo Iphan, a casa foi adquirida pela família de Cora logo no começo do século XIX. A casa é composta por duas residências unidas que estão sob um teto único e apresenta dois corredores que fazem ligação entre a via pública e o interior do edifício.

Entre os materiais usados na construção estão a madeira, adobe e pau-a-pique, com os quais as paredes foram feitas. A casa também está alicerçada em pedra, que funciona como contenção para as águas do Rio Vermelho. O piso do imóvel é formado por tijolo queimado e lajes de pedra.

O imóvel foi transformado em um museu com o objetivo de preservar a memória e história da poetisa Cora. A visita ao museu começa na cozinha, onde estão os tachos de cobre que Cora usava para fazer doces. O quarto da poetisa está como ela deixou, com vestidos e móveis originais. Livros, fotos, cartas, máquina de escrever e até a bengala utilizada nos últimos anos estão expostos. Totens reproduzem vídeos em que ela aparece declamando seus poemas.

Turismo

Conforme a Secretaria de Turismo da cidade de Goiás, os pontos turísticos são: Museu Casa de Cora, Becos da Cidade de Goiás, Rio Vermelho, Prédio das Antigas Cadeia e Câmara Municipal Casa de Fundição, Prédio Sede da Prefeitura Municipal, Praça do Chafariz, Praça do Coreto, Palácio Conde dos Arcos, Igreja do Rosário, Igreja Nossa Senhora de Sant’Ana (Catedral de Sant’Ana), Igreja do Carmo, Igreja da Abadia, Igreja de Santa Bárbara, Igreja do Ferreiro, Igreja da Buenolândia, Igreja de Nossa Senhora da Guia, Igreja de Nossa Senhora Aparecida (Povoado de Areias).

Além do Museu de Arte Sacra da Boa Morte, Cachoeira das Andorinhas, Hotel Fazenda Manduzanzan, Balneário Santo Antônio, Santuário Ecológico Poço do Sucuri, Poço da Sota, Rio Bacalhau, Parque Municipal da Carioca, Mirante Dom Francisco, Mirante da Serra Dourada, Furna da Bandeirinha, Cruz do Anhanguera, Pedreira de São Sebastião, Arie de Relevante Interesse Ecológico de Águas de São João, Parque Estadual da Serra Dourada e o Parque Municipal da Estrada Imperial.

A coordenadora do Observatório do Turismo do Estado de Goiás, Giovanna Tavares, explica que o turismo na cidade de Goiás movimentou mais de R$ 71 mil, de janeiro a setembro de 2022. “Em 2020, foram empregadas 130 pessoas na cidade de Goiás, com carteira assinada, em atividades ligadas ao setor de turismo”, destaca.

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