Localizada no Parque Nacional Marinho Fernando de Noronha, a Baía do Sueste é a primeira praia da ilha a oferecer acessibilidade total para deficientes físicos e pessoas com mobilidade reduzida. A infraestrutura foi colocada à disposição dos visitantes na última quinta-feira, dia 31. A iniciativa faz parte do Programa Praia sem Barreiras, uma parceria da Empetur, ICMBio (PARNAMAR/FN), Econoronha, Administração do Distrito Estadual, Governo do Estado e Governo Federal.
O projeto em Fernando de Noronha consiste em uma esteira de acesso ao mar de 30 metros e quatro cadeiras de rodas anfíbias. Os equipamentos ficarão à disposição dos visitantes no Posto de Informação e Controle (PIC) Sueste. O espaço possui estacionamento, loja de conveniência, lanchonete, serviço de locação de equipamentos para mergulho livre, cadeira, guarda-sol, bicicletas, sanitários (inclusive os adaptados para pessoas com deficiência) e guarda-volumes.
- Cadeiras especiais estarão à disposição dos visitantes da Baía do Sueste (Foto: Divulgação)
Para Pablo Mórbis, gerente da Econoronha, a Praia do Sueste reforça também sua vocação para atender famílias, idosos e pessoas que gostam do banho em águas mais calmas. “Quando a administração apresentou este projeto, nós não poupamos esforços para sua realização. Hoje, sem dúvida, tenho certeza que valeu a pena. Nós vamos continuar lutando para avançar ainda mais em acessibilidade no parque”, disse.
A cadeirante Mosana Cavalcanti é uma das entusiastas do projeto. Há dez anos não tomava banho de mar, pelas dificuldades e falta de estruturas das praias brasileiras. As barreiras motivaram Mosana a estudar o assunto e lutar por acessibilidade em diferentes lugares, inclusive na ilha de Fernando de Noronha, lugar de que tanto gosta. “Noronha hoje é outra Noronha. Vocês estão fazendo a diferença ao possibilitar que pessoas com deficiência e idosos possam tomar banho de mar. Acesso significa cidadania, oportunidade e mudança de paradigmas”, comentou a cadeirante, sobre a acessibilidade na Praia do Sueste.
- A cadeirante Mosana Cavalcante há dez anos não tomava banho de mar devido a falta de estrutura nas praias brasileiras (Foto: Divulgação)
Para Ricardo Araújo, chefe do parque, o momento é muito especial. “A estrutura é ambientalmente sustentável. Estamos trabalhando agora com a inclusão social. A Econoronha trabalhou brilhantemente indo além e contribuindo para a primeira unidade de conservação a ter acessibilidade. O que colabora para a nossa visitação a nível internacional.”
Segundo Antônio Ferreira, secretário nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que é cego, a experiência em Fernando de Noronha servirá de modelo para muitas outras praias brasileiras e ajudará no trabalho da acessibilidade para o país. “O foco deste programa é dar dignidade e autonomia aos deficientes. Noronha era a praia desejo da grande maioria das pessoas que consultamos”, revelou o secretário