União Europeia adia assinatura de acordo com o Mercosul

Falta de apoio entre Estados-membros, sobretudo França e Itália, impede formalização durante cúpula em Foz do Iguaçu
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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, informou nesta quinta-feira (18) aos líderes da União Europeia, reunidos em Bruxelas, que a assinatura do acordo entre a União Europeia (UE) e o Mercosul foi adiada para janeiro. A formalização estava prevista para este sábado (20), durante a cúpula do Mercosul, em Foz do Iguaçu (PR).

Para que o acordo fosse assinado, era necessária a aprovação prévia da maioria dos 27 Estados-membros da UE, o que não ocorreu. A principal resistência partiu da França e da Itália, em razão da pressão exercida por agricultores desses países, preocupados com os impactos do tratado sobre o setor agrícola europeu. O novo adiamento representa um revés para a Comissão Europeia, além de Alemanha e Espanha, que defendiam a assinatura do acordo ainda neste fim de ano. Segundo a emissora portuguesa RTP, esses países estavam dispostos a avançar com a formalização nos próximos dias.

O acordo entre Mercosul e União Europeia prevê a criação de uma das maiores áreas de livre comércio do mundo, reunindo cerca de 722 milhões de consumidores e um Produto Interno Bruto combinado estimado em US$ 22 trilhões. Pelo texto negociado, os europeus ampliariam a exportação de veículos, máquinas, vinhos e bebidas alcoólicas para Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Em contrapartida, produtos sul-americanos como carne, açúcar, arroz, mel e soja teriam maior acesso ao mercado europeu.

Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ter conversado por telefone com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni. Segundo Lula, a líder italiana não é contrária ao acordo, mas enfrenta dificuldades políticas internas e solicitou um prazo de até um mês para dialogar com os agricultores do país.

A França segue como uma das principais opositoras ao tratado e, nos últimos dias, atuou para articular apoio de outros países europeus ao adiamento da assinatura. Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliou que um eventual atraso pode, na prática, contribuir para a conclusão do acordo, negociado há mais de duas décadas.

Com informações da Agência Brasil.

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