- Siron Franco, Kátia Marin e Leonardo Rizzo (Foto: Ângela Motta)
Há duas semanas, o artista plástico goiano, Siron Franco, deu início à construção de sua nova obra de arte, intitulada “O desaparecimento das abelhas”. A obra consiste na plotagem de cerca de duas mil abelhas em todo o prédio do Instituto Rizzo, réplica do Museu das Bandeiras da Cidade de Goiás, localizada na Avenida Cora Coralina, Setor Sul, em Goiânia. A inspiração do artista foi a notícia do desaparecimento de abelhas em vários países, com maior índice na Europa e Estados Unidos, e que repercutiu em todo o mundo.
Siron Franco recebeu a imprensa nessa quarta-feira, 13, durante a manhã, para o lançamento oficial do novo trabalho. “O objetivo é colocar em pauta novamente um fato tão grave, que é o desaparecimento de insetos, sobretudo das abelhas. Pouca gente sabe, mas o desaparecimento das abelhas tem um impacto muito grande na agricultura. As pessoas costumam associar a abelha com o mel, mas o mel é o que menos importa, do ponto de vista que ela ajuda toda a civilização mundial porque ela afeta a agricultura. No mundo contemporâneo, é lançada uma noticia, mas depois ela para de ser veiculada. Com essa instalação, estamos repondo novamente essa discussão”, esclarece Siron Franco.
A arte ficará exposta por tempo indeterminado. Siron diz que “a intenção é que as abelhas permaneçam enquanto o material resistir (devido às condições climáticas). As abelhas com o tempo vão desaparecendo e é o próprio foco do que está acontecendo na vida. Até o final do ano elas devem estar aí”. O artista ainda espera uma reflexão maior dos cientistas e da sociedade sobre o assunto. “Acredito que a sociedade tem que pensar seriamente, os cientistas também, sobre como a gente pode plantar sem defensivos agrícolas que afetem esses insetos, porque nossa vida depende deles. A vida na verdade acontece no campo. A nossa subsistência não vem da cidade e as pessoas não tem essa ideia. Então aqui é um lugar de debate”, complementa.
Segundo Siron, a partir deste projeto, outras causas serão levadas a público através da cultura, utilizando o Instituto Rizzo como sede para eventos; exposições de suas obras e encontros culturais com debates para a sensibilização, envolvendo especialistas e a comunidade. “A ideia é essa, trazer informação e especialistas como Washington Novaes e apicultores para conversar com estudantes. Essa parede vai ser sempre temática. Quando houver outro assunto, cria-se algo novo. Faço as coisas com base naquilo que me toca, apenas se houver paixão, e a minha paixão começou com as abelhas. Vamos fazer a sociedade saber também que o Instituto é delas – crianças, adolescentes e adultos – pois a arte não tem idade”, finaliza.