Radicada no Rio de Janeiro desde 1998, a companhia é caracterizada pela dramaturgia própria, feita de parcerias entre o diretor Paulo de Moraes e o poeta Maurício de Arruda Mendonça. Como forma de oxigenar o processo criativo do grupo, de tempos em tempos eles trabalham com textos prontos e mergulham no universo do autor, como aconteceu no caso de Nelson Rodrigues.
Entretanto a escolha de um texto já consagrado não representa estagnação. O grupo consegue imprimir personalidade aos conflitos proposto pelo autor, demonstrando que não é preciso assinar o texto para realizar um trabalho autoral.
Essa obsessão em três atos, nascida a partir da relação entre o viúvo Herculano, chefe de uma família conservadora e a prostituta Geni, interpretada pela premiadíssima Patrícia Selonk, é o foco de Paulo Moraes. Portas e painéis rotativos conferem uma aura alucinatória e compõem uma cenografia surpreendente, conferindo movimentação a trama.
Montada pela primeira vez em 1965, Toda Nudez Será Castigada conferiu o Prêmio Shell de Teatro em 2005, a Cia Armazém, nas categorias Melhor Direção (Paulo de Moraes) e Melhor Iluminação (Maneco Quinderé), além do Prêmio Eletrobrás de Teatro em 2006, de Melhor Direção, Melhor Cenografia e Figurino