Fórum Ambiental enfoca presente e futuro do Cerrado

O doutor em ciências ambientais Nilson Clementino Ferreira — professor colaborador da Universidade Federal de Goiás (UFG) — abriu, nesta quinta-feira, 18, na Cidade de Goiás, o Fórum Ambiental do XI Festival de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA), que tem por tema geral a Globalização e as Crises Sem Fronteiras: em busca de novos paradigmas sociais, econômicos e ambientais.

Coordenador do Fórum, o professor Anselmo Pessoa Neto, da UFG, abriu os trabalhos destacando a importância do FICA, “um dos maiores eventos do gênero no mundo, que passa a ser modelo para outros grandes festivais”.

A explanação de Nilson Clementino girou em torno do tema Cerrado: Ocupação Atual e Cenários Futuros – A agonia de um bioma grandioso. Começou mostrando mapas dos chamados Países de Megadiversidade, 17 ao todo, entre eles o Brasil, com a presença de savanas tropicais. Outro quadro enfoca a diversidade do Cerrado, com estimativa de dez mil espécies de vegetais, 837 de aves e 161 de mamíferos. O professor relacionou o Cerrado com outros biomas, mostrando que o mesmo tem fronteiras de milhares de quilômetros com a Floresta Amazônica, Pantanal e Mata Atlântica — 37% do Cerrado está dentro do limite da Amazônia Legal —, verificando-se aí uma troca genética e energética, com interações hidrológicas e climáticas.

Discorrendo sobre atividade solar/calor, pluviometria, umidade do solo e vegetação no cerrado, o palestrante colocou que, em relação às bacias hidrográficas, o bioma Cerrado contribui direta e indiretamente com todas as bacias brasileiras. Segundo Nilson Clementino, um fato importante a se considerar neste contexto é a velocidade de ocupação do Cerrado e da Amazônia. Hoje, 39% do Cerrado estão ocupados; em 2050, 47% estarão desmatados. O impacto disso é que as bacias hidrográficas estarão 100% desmatadas em 2050, completamente desprovidas de vegetação ciliar. “No Cerrado, com problemas tão graves, não se obedece ao código florestal. É um bioma descontrolado, desvairado, que não gera riqueza nenhuma”, ressaltou Nilson Clementino.

Fonte: Agepel

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