- FICA traz como homenageada a escritora Cora Coralina (Foto: divulgação)
O Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica) chega à 15ª edição e dedica neste ano uma homenagem à poetisa vilaboense que, com vasto conteúdo poético, rico em detalhes do cotidiano do interior, em particular dos becos e ruas históricas da Cidade de Goiás, fez com que sua poesia atingisse alto nível de qualidade literária no Centro-Oeste brasileiro.
Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas era uma mulher simples, doceira e vivia longe dos centros urbanos. Se casou em 1910 com o advogado Cantídio Tolentino de Figueiredo Bretas e se mudou para São Paulo, onde viveu por 45 anos. Só retornou a Goiás em 1956, já viúva. Foi nesta época, com 50 anos de idade, que abandonou seu nome de batismo, adotou o pseudônimo Cora Coralina, que já havia escolhido anos atrás, e disse ter passado por uma transformação interior que impulsionou sua produção artística.
Mas Cora começou a escrever e a publicar textos desde os 14 anos. Eles eram carregados de simplicidade e uma característica marcante era o desconhecimento das regras da gramática, o que fez que suas produções fossem valorizadas pelas mensagens, não pelas formas. Sua precupação era entender o mundo em que vivia e o papel que deveria representar nele. Por isso, buscava respostas no dia-a-dia e aprendeu com o cotidiano da Cidade de Goiás que a simplicidade era o melhor caminho para atingir a mais alta riqueza de espírito.
A Cidade de Goiás ganha muito ao ser o berço de uma escritora como Cora. A riqueza cultural e histórica para a cidade, o turismo e a economia são influenciados pelo legado deixado por ela. Hoje, considerada como “a senhora de poderosas palavras”, Cora Coralina seria grata ao ver que as sementes plantadas com seus versos trazem o reconhecimento de seu trabalho.
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