Exposição “Supernovas” em Nova York, nos Estados Unidos

O artista brasileiro Fernando Carpaneda foi um dos convidados da exposição Supernovas, que abriu no dia 18 de setembro, em Nova York, nos Estados Unidos. A mostra, que teve a curadoria de Billy Name, ex-fotógrafo oficial de Andy Warhol, reúne artistas consagrados da Factory (famoso estúdio de Andy) e emergentes para a mostra que fez parte da série Modern Masters: Andy Warhol.

A exposição foi realizada na galeria de arte do histórico Chelsea Hotel e a galeria foi transformada numa réplica da The Factory original dos anos 70. O prédio do Chelsea Hotel foi erguido em 1883 e serviu de set para filmes como The Chelsea Girls (1966), de Andy Warhol, 9 1/2 Semanas de Amor (1986), de Adrian Lyne, e Sid & Nancy (1986), de Alex Cox, além de hospedar inúmeros famosos e celebridades internacionais.

Carpaneda apresentou três esculturas. “As esculturas são retratos de alguns ex-namorados meus. Geralmente faço retratos de namorados, casos e alguns amigos. A mostra não teve tema. Cada artista estava livre para expor o que queria. O que eu acho ótimo, pois não gosto de exposições temáticas”, disse Fernando.

Os outros artistas que participam do evento foram: Ultra Violet, Billy Name, Leee Black Childers,Jayne County, Bibbe Hansen, Allan Midgette, Louis Waldon, Justin Drew, Robert Munn, Sara Cook entre vários remanescentes da The Factory e atores dos filmes de Andy Warhol.Dia 2 de outubro o artista participa de uma outra exposição internacional em Las Vegas, no distrito de artes da cidade com o grupo Art Renegades que foi criado em 2001 e teve como meta principal a critica ao governo de George Bush. Além do viés artístico, a maioria investe na crítica à política norte americana. Ninguém sabe ao certo quem alimenta e mantém o site e outros movimentos alternativos, mas Fernando conta que boatos levam a milionários norte-americanos, artistas e jornalistas.

Fernando Carpaneda faz esculturas hiper-realistas em tempos de arte calcada em conceitos e abstrações. É figurativo quando o momento é de muito discurso para dar sentido á obra. O artista não se incomoda com isso. Assume que suas intenções estão bem claras nas peças esculpidas em argila, fieis aos modelos e quase descritivas, já que um texto sobre o retratado acompanha todas as figuras.

“No exterior existe um movimento enorme direcionado para o que eu faço. É gente que quer este tipo de arte figurativa de volta. Não basta ter conceito, tem que ter talento”, garante.
Fernando é crítico quanto aos caminhos traçados pela arte contemporânea. Acha que ela se afastou do público e não consegue transmitir discursos de maneira explícita. Ficou homogeneizada por excesso de presença acadêmica e formatos legitimados”. Não tem porque uma faculdade formar por ano milhões de pessoas com as mesmas idéias”.

A arte de Fernando fala dos excluídos, pessoas que circulam por comunidades restritas e nem sempre encontram abertura e receptividade em outros meios. O recado pode parecer simplório e inocente, mas o artista pretende ensinar a igualdade entre os seres humanos. Por isso dá espaço a figuras marginalizadas. “E os museus estão de olho nisso”, garante o artista. Os trabalhos de Tom of Finland, por exemplo, vêm sendo adquiridos por acervos importantes. O último foi o Museu de Arte Moderna de Nova York, o MoMA.


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