O Departamento de Informática do Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio), em parceria com Unirio e UFSM, acaba de desenvolver o primeiro protótipo de um sistema de Video-Based Interactive Storytelling, através de uma técnica inédita voltada para TV e cinema interativos, mas também aplicável em plataformas da internet. Neste sistema, o espectador é capaz de interagir via controle remoto, celular, voz ou gestos e modificar o curso da história assistida. O protótipo foi desenvolvido pelo aluno de doutorado em Informática pela PUC-Rio Edirlei Everson Soares de Lima, sob orientação do Prof. Bruno Feijó, a partir de outros resultados do Projeto Logtell obtidos pelos professores Angelo Ciarlini (Unirio), Antonio Furtado (PUC-Rio) e Cesar Pozzer (UFSM), com apoio da CAPES e do CNPq. Em novembro deste ano, uma aplicação deste protótipo usando o middleware Ginga recebeu menção honrosa em inovação pela International Telecommunication Union (ITU) na competição “ITU IPTV Application Challenge”.
O Video-Based Interactive Storytelling permite que vários espectadores alterem o rumo dos acontecimentos dentro de um mesmo filme. Para isto, são escritos filmes especiais, nos quais os atores são filmados em diferentes posições e com diversas expressões, em um ambiente com o fundo verde. Ao assistir, o público provoca mudanças no ambiente, altera o estado emocional dos personagens e toma decisões de tal maneira que a evolução da história pode surpreender até mesmo o seu próprio autor. Segundo o Prof. Bruno Feijó, esta técnica não muda o futuro do cinema, mas certamente cria uma nova forma de arte. “Escrever uma história deste jeito requer uma nova linguagem cinematográfica. Participar é diferente, pois aproxima o público e pode ser feito por várias pessoas ao mesmo tempo”, declara Edirlei Soares.
As cenas podem ser modificadas através do reconhecimento de gestos ou de voz, na frente da tela, ou acionando algum dispositivo de controle. Por exemplo, se os espectadores exprimem rejeição com movimentos da cabeça, ações na história são mudadas. As transições de cenas são cinematograficamente coerentes com o clima e o desenrolar da história.
Para ilustrar a técnica e testar o resultado, foi criado um curta muito simples e bem-humorado (“O Rapto da Princesa”), cujo vídeo explicativo está disponível no site www.icad.puc-rio.br/~logtell junto com a ilustração de outras experiências de interação.