Março foi escolhido para representar a campanha de prevenção do câncer de colo de útero, surgindo, assim, o “Março Lilás”. A campanha reforça ações importantes como a vacinação contra o HPV e para o exame de prevenção, conhecido como Papanicolau.
A ginecologista e obstetra do Serviço de Patologia Cervical do Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI), Eliane da Silva Ribeiro, destaca a importância dessas estratégias e reforça a importância da campanha anual. Um dos pontos destacados pela ginecologista é a relação entre o vírus HPV e o câncer de colo de útero. Segundo ela, para ter câncer de colo de útero, um grande fator de risco é a presença do HPV. “Esse tipo de câncer é praticamente 100% associado ao HPV. Diante disso, medidas de prevenção como a redução do número de parceiros sexuais, o uso de preservativos e a vacinação são essenciais”, afirma.
A vacina do HPV está disponível na rede pública, para meninas e meninos de 9 aos 14 anos, e para mulheres vítimas de violência sexual até os 45 anos. “A vacina é uma das principais armas na prevenção deste tipo de câncer”, orienta.
Além disso, a profissional destaca que a prevenção é fundamental para identificar lesões pré-malignas antes que evoluam para o câncer, aumentando as chances de cura. “Nos estágios iniciais, a taxa de cura ultrapassa os 90%, enquanto nos estágios mais avançados ainda há possibilidade de tratamento e cura em torno de 50%. É essencial que mulheres de todas as idades estejam conscientes da importância da prevenção, da vacinação e da realização regular de exames ginecológicos. O conhecimento e a adoção de medidas preventivas são as melhores armas na luta contra o câncer de colo de útero”, finaliza.
Rastreamento
O Ministério da Saúde recomenda que toda mulher que tem ou já teve vida sexual deve submeter-se ao exame preventivo periódico, especialmente as que têm entre 25 e 59 anos. Sendo que as duas primeiras coletas do exame Papanicolau devem ser feitas anualmente, e se não houver alterações, o exame pode ser realizado de três em três anos.
“Em casos de alterações, são realizados exames mais aprofundados, como a colposcopia e a biópsia. E em caso de diagnóstico positivo, o SUS oferece tratamentos que abrangem desde cirurgias em estágios iniciais até quimioterapia e radioterapia em estágios mais avançados”, esclarece Eliane.
A médica destaca que o Hopsital Maternidade Dona Íris é referência na rede municipal de Goiânia nesse tipo de diagnóstico: “O nosso Serviço de Patologia Cervical atua no diagnóstico e no tratamento dessas pacientes com doenças pré-invasivas de câncer de colo uterino, e fazemos o diagnóstico de câncer de câncer de pacientes encaminhadas via regulação também”.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre as mulheres. Para cada ano do triênio 2023-2025 foram estimados cerca de 17 mil casos novos, o que representa uma taxa bruta de incidência de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres.