Na próxima terça-feira (26), é celebrado o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, doença que atinge cerca de 30% dos brasileiros, como aponta a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). A data é um momento importante de conscientização e disseminação da informação para a população sobre o diagnóstico preventivo e tratamento da doença, que mata mais de 10 milhões de pessoas por ano no mundo. A hipertensão ou pressão alta é caracterizada como uma Doença Crônica Não Transmissível (DCNT), apresentada pelos níveis de pressão arterial acima de 14/9.
Pressão alta pode matar?
Sim! É o que explica o cardiologista especialista no tema, Dr. Ernesto Osterne. “Ela pode levar ao derrame, que dependendo do quadro de AVC e complicações, o paciente pode vir a óbito. Outras complicações são a insuficiência cardíaca e insuficiência renal crônica, podendo chegar a precisar de hemodiálise”, explica. Essa condição é mais comum entre os homens, pacientes que têm obesidade, e pacientes que têm histórico de hipertensão na família, além das pessoas com hábitos alimentares ricos em sódio.
Causas
Segundo o cardiologista, a hipertensão é uma doença causada pelo aumento dos níveis de pressão, podendo ter causa primária ou secundária, sendo a primeira mais comum. “Uma hipertensão primária pode ser por questões genéticas, questões alimentares, ou por questões de hábitos de vida não adequados. Já a secundária é levada a outras doenças que podem ser a doença renal crônica, pacientes com problemas vasculares, e até alguns tipos de tumores específicos que podem levar à hipertensão”, explica o médico do Hospital Anchieta de Brasília.
Saiba identificar
O cardiologista chama atenção aos sintomas mais comuns: dor de cabeça constante, dor na nuca, tonturas, zumbido no ouvido, sintomas de fraqueza, cansaço, palpitações, alterações visuais com visão embaçada ou duplicada e em alguns casos ainda o sangramento nasal espontâneo pelo aumento importante da pressão, náuseas, vômitos, sangramentos oculares e manchas vermelhas nos olhos. “O diagnóstico é feito pela consulta com o cardiologista que pela história clínica, sintomas e aferição da pressão arterial no consultório já consegue diagnosticar. Além disso, o seu médico pode indicar o uso do exame por mapa para fazer a monitorização ambulatorial da pressão arterial em tempo real”, explica.
Prevenção e tratamento
O tratamento da hipertensão arterial assim como a prevenção, normalmente é feita por uma modificação de estilo de vida, ou seja, o paciente precisa adquirir hábitos mais saudáveis, como comer em menor quantidade, fazer atividade física, reduzir o peso, controlar doenças associadas, como diabetes e colesterol alto. “Mas há também o tratamento medicamentoso, com medicações anti-hipertensivas, além de, em alguns casos haver a necessidade de intervenção cirúrgica com a denervação da artéria renal. O tratamento não é só remédio, precisa ser aliado ao estilo de vida”, explica o médico.