Quadro de Tarsila do Amaral avaliado em R$ 250 milhões reaparece em disputa judicial

Obra modernista "Sol Poente" surge em residência de herdeiro do Itaú e volta ao centro de um imbróglio envolvendo herança e posse
Obra "Sol poente" (1929) de Tarsila do Amaral (1886-1973). Foto: Reprodução
Obra "Sol poente" (1929) de Tarsila do Amaral (1886-1973). Foto: Reprodução
Obra "Sol poente" (1929) de Tarsila do Amaral (1886-1973). Foto: Reprodução

Uma das obras mais valiosas da arte brasileira voltou a chamar atenção nesta semana. A pintura Sol Poente (1929), de Tarsila do Amaral, avaliada judicialmente em cerca de R$ 250 milhões, reapareceu em imagens feitas dentro da residência de um herdeiro ligado ao grupo Itaú, reacendendo uma disputa judicial sobre a posse e a localização da obra. A divulgação foi feita pelo jornal A Folha de Sâo Paulo nesta quarta-feira (17).

A pintura, um óleo sobre tela produzido em um dos períodos mais importantes da trajetória da artista modernista, foi vista apoiada no chão de uma sala, encostada à parede. As imagens circularam rapidamente nas redes sociais antes de serem apagadas, o que levantou questionamentos sobre a guarda da obra e sua situação legal. O trabalho é considerado um dos mais relevantes da fase madura de Tarsila e integra o seleto grupo de obras brasileiras de maior valor estimado no mercado.

Processo judicial

Sol Poente é objeto de um processo judicial relacionado a um inventário que envolve a colecionadora Geneviève Boghici, apontada como herdeira legítima da obra. Segundo os autos, a Justiça determinou que todas as peças pertencentes ao acervo fossem devidamente declaradas e localizadas para fins de partilha entre os herdeiros. O processo corre em segredo de Justiça.

De acordo com a publicação, Geneviève negou que a obra tenha saído de sua posse e afirmou que a imagem divulgada poderia se tratar de uma reprodução ou manipulação. Ainda assim, o reaparecimento da pintura em um contexto não institucional reforçou o debate sobre a circulação, preservação e responsabilidade legal envolvendo obras de arte de altíssimo valor histórico e financeiro.

Reconhecida internacionalmente, Tarsila do Amaral é um dos principais nomes do modernismo brasileiro. Suas obras figuram em coleções de museus e colecionadores ao redor do mundo e são tratadas não apenas como ativos de mercado, mas como patrimônio cultural. O desfecho do caso deve continuar mobilizando o meio jurídico, o mercado de arte e instituições culturais nos próximos meses.

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