Prevenção ao câncer: estratégias eficazes segundo especialista do Hospital Israelita Albert Einstein

câncer
Foto: Freepik

Mais de 2 milhões de novos casos de câncer no Brasil são estimados para o triênio 2023-2025, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Somente em Goiás, o órgão estima que mais de 25 mil diagnósticos da doença ocorrerão ainda neste ano. Diante desse cenário alarmante, a medicina do estilo de vida ganha cada vez mais destaque dentro da oncologia ao promover hábitos saudáveis que podem prevenir a doença.

De acordo com o oncologista Rodrigo Fogace, do Hospital Israelita Albert Einstein Goiânia, embora a doença seja multifatorial, é possível reduzir significativamente o risco de desenvolver câncer com escolhas cotidianas mais saudáveis. “Atividade física regular, alimentação rica em fibras, leguminosas, peixes e castanhas, uso de protetor solar, relações sexuais com proteção, não fumar e não consumir bebida alcoólica são atitudes que fazem grande diferença”, ressalta o especialista.

O tabagismo segue um dos maiores vilões da saúde, especialmente com a ascensão dos cigarros eletrônicos, ao lado do sedentarismo, da obesidade e do consumo de álcool. Mesmo pequenas quantidades de álcool já elevam o risco de câncer de boca, garganta, estômago, fígado e cólon.

A alimentação inadequada também é chave – dietas ricas em embutidos, carne vermelha, alimentos ultraprocessados e gordura em excesso podem gerar um estado inflamatório no organismo que favorece diversos tipos de tumores. A obesidade, em particular, está altamente relacionada a tumores de útero, estômago, cólon, fígado e pâncreas.

Dentre os hábitos mais protetores, a atividade física regular se destaca. Fogace cita estudos com pacientes com câncer de mama em que os benefícios dos exercícios chegam a ser comparáveis aos da própria quimioterapia. “É uma ferramenta poderosa, com impacto direto e comprovado”, observa o especialista.

Outras medidas eficazes incluem o uso diário de protetor solar, essencial para prevenir o câncer de pele — o tipo mais comum no Brasil —, e o gerenciamento do estresse, que pode alterar os níveis de hormônios como o cortisol, diminuindo a imunidade e abrindo espaço para a multiplicação de células tumorais.

Além das mudanças de estilo de vida, o acompanhamento médico é indispensável, principalmente para pessoas com histórico familiar de câncer. Apenas 15% dos tumores têm origem hereditária e esses casos exigem vigilância contínua. Todas as pessoas, no entanto, devem seguir recomendações de rastreamento do Ministério da Saúde – como a mamografia e o papanicolau, no caso das mulheres, e os exames de próstata, para os homens. “O estilo de vida reduz o risco, mas não o elimina completamente. A detecção precoce é uma das maiores armas contra o câncer”, conclui o oncologista do Einstein.

Deixe um comentário