CEO da Fibra.AG, Andréa Pitta acumula incontáveis cases de sucesso, prêmios e histórias de quem já viveu as muitas transformações do universo publicitário nos últimos anos e até durante a pandemia.
Paulistana, formada em direito e jornalismo, iniciou sua carreira como produtora de programas na Tv Bandeirantes, e apaixonou- se pelo mundo de live content: realizar conteúdos e produções ao vivo.
Tornou- se reconhecida e celebrada no mercado de eventos, principalmente por ser, desde aquela época, uma das únicas mulheres negras no Brasil a ocupar cargos de destaque em grandes agências de comunicação.
Criando soluções e alternativas inéditas nas agências pelas quais passou, como produtora executiva ou diretora de produção, a estrela de executiva sempre brilhou. Em pouco tempo, Andréa saltou de produção executiva para o empreendedorismo, abrindo sua própria agência e passou a conquistar clientes como Samsung, Youtube, Nestlé, Coca Cola, TIM, entre outros.
“Há cerca de 20, 30 anos, publicidade e comunicação eram meios majoritariamente masculinos. Para mulheres e ainda mais negras como eu, o plano de carreira tinha um limite para cargos de nível gerencial ou diretoria. Mesmo assim venci e me tornei diretora de produção. Mas não estava satisfeita, então, segui pelo único caminho que vislumbrava na época, e abri minha própria agência”, relembra Andréa.
Empreender foi a escolha certa: “Tive grandes momentos na área de eventos de super marcas. Com a Chevrolet do Brasil, de quem tivemos a conta por mais de seis anos, nossa agência revolucionou o Salão do Automóvel, sendo premiada três edições consecutivas pelas inovações tecnológicas e de entretenimento que proporcionamos as marcas e ao público brasileiro. O êxito se repetiu com Peugeot, Land Rover, Jaguar, Volvo, entre outros. Com a Coca Cola, estivemos lado a lado nos eventos dos Jogos Olímpicos e também na Copa do Mundo, além de criar conteúdos para televisão como o programa Mundo Mulher Coca – Cola”.
O sucesso da mão firme e dedicada de Andréa Pitta atravessou o atlântico para realizar ações e eventos em outros países também, conta a produtora.
“Já fechamos todo o Millenium Pavillion do Epcot Center em Orlando para um evento de carros. Já o Palazzo Reale em Milão serviu de palco para uma premiação, e a sede do time de futebol Bayer em Kolhn, na Alemanha, foi eleito para um encontro dos maiores agropecuaristas do Brasil em uma ação para Bayer”
Porém, nada foi muito fácil na trajetória de Andréa. Obstáculos como a disputa por clientes no mercado, e as situações que enfrentou por ser uma mulher negra em um cargo de poder, foram algumas de suas maiores dificuldades.
“Com os temas igualdade racial e cultura afro ganhando espaço na mídia e entre as pessoas, tem sido mais comum me perguntarem sobre o racismo na minha trajetória. Eu tive a sorte de nascer privilegiada, meu pai foi um grande médico, diretor de hospitais e minha mãe professora. Sempre convivi em meios nos quais sofri poucos ataques diretos, agressivos ou manifestações de ódio pela cor da minha pele. No entanto, o racismo estrutural, frio e escondido, esse sim sempre esteve presente até hoje, em cada reunião, em cada contrato de jeitos diferentes. Mas no fim, ironicamente foram essas situações, que me obrigaram a mostrar ainda mais o meu potencial”, conta.
A executiva acrescenta: “Entre os clientes, um universo liderado por homens, na maioria das vezes, quando o assunto é futebol ou mulheres, pronto, cria-se ali uma conexão imediata. Quando eu entro na sala, a história é diferente. Uma mulher negra no comando, causa um certo impacto ou até estranhamento. Esses olhares muitas vezes pretendem colocar na berlinda a qualidade do meu trabalho. Então, eu tenho sempre um desafio: o de mostrar uma boa ideia, e ter na manga sempre uma boa proposta e soluções rápidas. Ai sim os olhos se voltam para minha capacidade e excelência de entregar o sonho do cliente em nossas ações de marketing”.
E assim, quebrando barreiras fez história no mercado de comunicação, atendendo as maiores marcas do Brasil.