A coleção mostrada no teatro da Faap é a mesma que foi apresentada durante a semana de moda de Paris. Pedro mostra cada vez mais excelência técnica. “Estou interessado em uma nova área, que no futuro todo mundo vai fazer, que é a alta-costura tecnológica”, ele disse após o desfile. Juntando duas forças opostas, a tradição e a vanguarda, ele mostra uma série de looks leves, não apenas na estética, mas no toque, com tecidos como lamê e crepe, trabalhados em um impressionante degradê de paetês e cristais, aplicados à mão. Há movimento na cintura com o uso das basques, que levam focos de cor e volume para a silhueta reta. Foi a sua maneira de interpretar a imagem da baiana, assim como os vazados (ela usava muito, diz ele) que pontuam a coleção e resultam em geometrias muito estratégicas. A Carmen de Pedro é contemporânea e abstrata, assim como sua mãe, Gloria Coelho, as referências são diluídas de maneira inteligente e fragmentadas.