Iniciada com os ecos da grande repercussão do encontro entre a presidenta Dilma Rousseff e o diretor criativo do SPFW, Paulo Borges, esta edição teve as presenças significativas do governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, do prefeito Gilberto Kassab (ambos presentes na coletiva de abertura, sendo que foi a primeira vez em 15 anos que um governador de estado esteve presente na apresentação do evento), da ministra Ana de Holanda, da Cultura, do ministro interino Alessandro Teixeira, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Social, dos senadores Marina Silva e Eduardo Suplicy, do presidente da Apex, Mauricio Borges, entre outras autoridades.
Os 15 anos do SPFW estabelecem um novo marco para a moda brasileira, que se mostra mais madura e pronta para ocupar o papel relevante, defendido pelo evento ao longo desses anos. Concebido desde sua criação em 96 como um projeto de longo prazo, o SPFW posicionou-se sempre como um processo em construção e como uma grande plataforma de convergência de diversas redes criativas, chamando a atenção para questões fundamentais para o desenvolvimento do setor e ampliando a discussão para além do evento e da roupa.
Os resultados dessa estratégia de longo prazo traçada pelo SPFW começam a se consolidar com o anuncio, nesta edição, de novas linhas de crédito e financiamento para as empresas de moda no estado de São Paulo, através da Nossa Caixa Desenvolvimento e a perspectiva de formulação de políticas públicas estratégicas, nas três esferas de governo, que levam em conta o caráter trans-setorial e inovador desse segmento. Um segmento formado essencialmente por micro e pequenas empresas que trabalham fortemente com inovação. Como integrante desde o ano passado do Conselho Nacional de Política Cultural, no MinC, a moda foi finalmente reconhecida também como ferramenta estratégica para valorização dos nossos bens simbólicos e culturais.
Mais de 100 mil pessoas circularam pelo prédio da Bienal, inteiramente repaginada nesta edição para comemorar os 15 anos. A nova cenografia, uma criação coletiva da Agência 20.87 e do Estúdio Arvore, surpreendeu e emocionou, reforçando o compromisso do evento com seus pilares de inovação, estética e sustentabilidade. Da entrada à nova ocupação do espaço, do espelho d´água à longa passarela por onde todos os convidados e profissionais puderam desfilar, das inusitadas instalações utilizando o logo do SPFW às 1500 samambaias (que estão sendo doadas para o Parque do Ibirapuera), a nova concepção do espaço rendeu muitos elogios.
Também o novo esquema de convites e controle das salas de desfile, com o balcão de check in, implantado nesta edição do evento na sala de imprensa foi elogiado. Para Daniela Falcão (diretora de redação da Vogue) o novo sistema de entrega de convites foi uma excelente iniciativa: disciplinou as salas de desfile e facilitou o seating, pois todos sabiam quais eram seus lugares. Acho que foi uma evolução necessária”.
A editora de moda da Elle, Susana Barbosa relata que num primeiro momento ficou de mau humor com essas mudanças na entrega de convites, por ter que enfrentar fila na sala de imprensa, mas no final acho o sistema bem melhor Descomplicou na hora de entrar, de sentar, tudo sem tumulto.”, completa. Carla Raimondi (editora de moda da Estilo) relata: achei que funcionou muito bem, foi organizado, E as portas dos desfiles foram bem mais tranqüilas, assim como os seatings!”. No mesmo tom, Adriana Bechara (editora de moda da Vogue) considerou uma profissionalização, que deu uma tranqüilidade para todos.
As presenças internacionais reforçam o prestigio do evento e colocam a moda brasileira em um novo patamar, mostrando que várias marcas começam a ter uma estratégia de posicionamento globalizada e que o mundo nos olha de forma diferente. Além de modelos tops como Gisele Bündchen, Raquel Zimmerman, Isabeli Fontana, Alessandra Ambrósio, a presença da modelo Lea T., no desfile de Alexandre Herchcovitch, dos atores Ashton Kutcher e Demi Moore, para a Colcci, da socialite Paris Hilton, para a Triton, e da cantora Christina Aguilera, que veio a convite da C&A, movimentaram a semana.
Números da moda
A indústria brasileira da moda reúne 30.000 empresas, movimenta mais de U$ 50 bilhões/ano e emprega mais de 2 milhões de brasileiros. É hoje um dos principais setores que devem receber atenção do governo federal para criação de empregos e investimentos, sendo responsável por 17 por cento do PIB da indústria de transformação no país.
Na primeira edição do SPFW, há 15 anos, o Brasil contava com 4 cursos de moda de nível superior. Hoje, são mais de 150.
Os empregos no segmento de vestuário cresceram, em média, 5% ao ano na última década. No ano passado, apesar da crise, não houve uma redução significativa no setor.
A cidade de São Paulo recebe mais de 2.000 showrooms de moda que acontecem a cada edição do SPFW, atraindo compradores e gerando um importante momento de comércio de compras. Mais da metade de todo o varejo de moda do País concentra-se em São Paulo. Para a indústria de shopping centers, SP responde por um faturamento anual de R$ 9,6 bilhões.