Gabrielle Bonheur Chanel, a estilista francesa que revolucionou o mundo da moda sob o nome de Coco Chanel, foi uma espiã nazista, segundo uma nova biografia lançada nesta terça-feira nos Estados Unidos.
Segundo a editora Knopf, “Chanel era mais do que uma simples simpatizante e colaboradora dos nazistas. Era uma agente numerada que trabalhava para a Abwehr, a inteligência militar alemã”.
“Sleeping with the Enemy: Coco Chanel's Secret War” (“Dormindo com o inimigo: A guerra secreta de Coco Chanel”, da tradução livre), escrito pelo jornalista americano Hal Vaughan, aborda detalhes do envolvimento da francesa com os nazistas, entre eles seu suposto número de agente para a Abwehr, o F-7124.
Após buscar material em arquivos no Reino Unido, Alemanha, França e Estados Unidos, o jornalista, que integrou o Exército americano na Segunda Guerra Mundial, revela pela primeira vez documentos que detalham as extensas atividades de Chanel durante o conflito entre 1939-1945.
De acordo com Vaughan, Chanel cumpriu missões para o serviço de inteligência nazista em Madri e Berlim, ao lado de seu amante, o oficial Hans Gunther Von Dincklage, algumas delas em nome do general da SS Walter Schellenberg, mão direita do comandante-chefe Heinrich Himmler.
A nova biografia revela a origem do antissemitismo da estilista e como ela foi recrutada para a inteligência nazista. Além disso, explica como Coco Chanel utilizou sua posição de espiã para receber favores, como a libertação de seu sobrinho detido e a tentativa de se apropriar dos bens de sócios judeus de sua marca.
O livro também revela como a rainha da moda conseguiu escapar da morte quando foi detida e posteriormente liberada em Paris, cidade na qual morreu, aos 71 anos, após nove anos de exílio na Suíça para recuperar sua reputação e reinventar a marca com a qual revolucionou o mundo da moda.