A pluralidade do mundo de hoje pede uma arquitetura também plural, que vá além do convencional. Entrar no quarto do casal assinado pela arquiteta e designer Renata Dutra (Foto) na Casa Cor Brasília 2011 será um convite a originalidade e a sofisticação. Pela primeira vez dois homens serão os “moradores” do tradicional quarto de casal.
A pluralidade do mundo de hoje pede uma arquitetura também plural, que vá além do convencional. Entrar no quarto do casal assinado pela arquiteta e designer Renata Dutra (Foto) na Casa Cor Brasília 2011 será um convite a originalidade e a sofisticação. Pela primeira vez dois homens serão os “moradores” do tradicional quarto de casal. “Há muito tempo eu queria fazer um quarto de casal, porque não via nada que me surpreendesse nesse ambiente. Busquei um quarto com conceito, para que eu pudesse trabalhar a mudança de sentido. A idéia é mostrar que as coisas não precisam ser sempre da mesma forma”, explica a arquiteta.
O espaço de quase 100m² é composto por um quarto, um home e um escritório. A idéia é que os hábitos de cada um sejam mantidos sem interferir no descanso do outro. Por isso, entre o quarto e o home foi colocado uma cortina automatizada para separar ou integrar um ambiente do outro. Na frente da cortina há um painel em vidro, lançamento da Cinex em Brasília, com TV acoplada. O painel minimiza o som da televisão e a luminosidade do ambiente. A TV é giratória, podendo ser assistida no quarto ou no home.
A modernidade do vidro se mistura a charmosa aridez da parede de pedra pé-de-moleque, do jardim de cactos, do jardim de pedras e do cimento queimado no piso. Materiais que, além de serem práticos e exigirem pouca manutenção, ressaltam a atmosfera natural do espaço. O forro paulista de pinus foi usado ao contrário. As paredes de placas moduladas de viroc, material sustentável feito de restos de madeiras prensada com cimento, foram desniveladas e alguns rasgos acrescentados. Formas e materiais pensados para expressar a busca pela desconstrução do convencional.
Além trabalhar a resignificação de cada material e objeto, a arquiteta explora a verdade em seu ambiente. Assim, elementos que já existiam no espaço, como a estrutura metálica, são mantidos. “Os ambientes, assim como as pessoas são mais interessantes quando se mostram quem são de verdade. Apenas transformei o que encontrei em um local mais agradável”, ressalta Renata, entusiasta do pensamento da arquitetura orgânica de Frank Lloyd Write, que busca moldar os espaços de acordo com as necessidades de quem o habita, aproveitando ao máximo as possibilidades que o local oferece naturalmente.
O tom cinza do ambiente é pontuado por móveis coloridos da Dcore e de design, como as cadeiras vermelhas, a estante malabar de pinus, a mesa 2×1 dos irmãos Campana, também de pinus, e a bomba de gasolina usada como cristaleira e adega. O sofá do home fornece todo o conforto necessário para relaxar. Peças da artista Edith Derdyk acrescentam beleza e bom gosto ao escritório.
Criar um quarto sem estereótipo foi uma das preocupações da arquiteta, assim o espaço poderia ser habitado por outro casal. “A pesquisa dos meus projetos vem de dentro para fora. Quero levar a personalidade das pessoas para o ambiente. Cada detalhe procura ter uma relação com a bagagem de vida, visão de mundo e memória afetiva do morador”, destaca a arquiteta.
A partir do dia 14 de setembro o público vai poder conferir o quarto de casal na Casa Cor Brasília, que vai até o dia 25 de outubro.
