Recentemente, o anúncio de entrada no mercado de roupas usadas feito pela marca espanhola de roupas Zara chamou a atenção do mercado. A empresa, que tem lojas nos quatro cantos do mundo, adota o método com o intuito de ajudar os clientes a prolongar a vida útil de seu vestuário, além de aderir uma abordagem mais circular.
Lá fora, o mercado de secondhand (segunda mão, na tradução para o português) ganha cada vez mais força, principalmente no mercado de luxo com o apelo da sustentabilidade que dá norte ao hábito de consumo das pessoas. De acordo com a consultoria alemã Statista, em 2021, o mercado de segunda mão movimentou globalmente US$ 36 bilhões e a projeção é de que atinja US$ 77 bilhões em 2025.
Vestuário e acessórios estão entre os itens mais consumidos por pessoas que buscam produtos de qualidade, com uma vida útil longa, estão em bom estado de conservação e podem ser adquiridos a preços atrativos.
Além da Zara, outros nomes do mercado fashion como M&S, Joules, John Lewis, Mr Porter, Net-a-Porter, The Outnet, entre tantas outras também aderiram à tendência. Nos produtos, despontam entre as preferências, além do vestuário, bolsas icônicas como a Chanel 2.55, a Neverful, da Louis Vuitton, os diversos modelos da Hermès disputam a carteira dos clientes dos brechós virtuais e físicos.
O mercado brasileiro
Por aqui, o secondhand ganhou impulso na pandemia, com um número cada vez maior de marcas voltando seu olhar para a questão da sustentabilidade. De acordo com um levantamento feito pela plataforma Enjoei, que faz a intermediação de produtos usados, 56% dos entrevistados já tiveram algum tipo de negociação envolvendo itens de segunda mão.
Juntamente com vestuários, bolsas e sapatos, um dos acessórios que também ganhou força nesse movimento foram as joias. A frente da tendência, está a Orit, pioneira no segmento de joias secondhand desde sua fundação, há 60 anos.
Segundo Ana Toledo, Diretora de Produtos da empresa, cresce cada vez mais o público que quer acesso a produtos de alto padrão, mas quer fazer parte da economia circular. “As joias são peças para a vida toda. Quando elas chegam na Orit, passam por um processo de revisão, que envolve desde o polimento à substituição de pedras preciosas quando necessário, além, obviamente, da certificação de autenticidade. Tudo chega às mãos do cliente e com a garantia de que a joia é autêntica”.
Além do apelo da sustentabilidade e da economia circular, outro fator ajuda a impulsionar a busca por joias usadas: a oportunidade de adquirir peças que são consideradas verdadeiras relíquias e que já estão fora de linha.
De acordo com Ana Toledo, o preconceito de comprar artigos usados ficou no passado. “Hoje as pessoas estão mais conscientes quando se trata de consumo e têm mais cuidado com o que compram dando preferência a peças de qualidade e duráveis”.
Se depender do consumidor, que está cada vez mais atento a essa possibilidade de ter acesso aos assessórios com preços atrativos, o valor movimentado pelo segmento de joias usadas deve ficar cada vez mais robusto. Segundo dados da GlobalData, esse mercado deve crescer 112,5%, de US$ 24 bilhões em 2019 para US$ 51