A Gucci confirmou nesta terça-feira (6) a saída de Sabato De Sarno do cargo de diretor criativo, apenas dois anos após sua nomeação. O estilista, que assumiu em 2023 com a missão de renovar a identidade da marca e impulsionar as vendas, não assinará a coleção que abrirá a Semana de Moda de Milão, no próximo dia 25. O desfile será conduzido pelo time interno de design da Maison.
De Sarno adotou uma abordagem mais sóbria e refinada, contrastando com a estética maximalista de seu antecessor, Alessandro Michele. Apostando no luxo minimalista, ele resgatou elementos clássicos da Gucci e introduziu o tom Rosso Ancora como símbolo de sua proposta. Apesar do esforço para reposicionar a marca, os números não corresponderam às expectativas. No terceiro trimestre de 2024, a Gucci registrou um declínio de 26% nas vendas, acentuando a pressão sobre o grupo Kering, controlador da grife. O balanço financeiro do ano será divulgado no próximo dia 11, e a expectativa é de que o cenário desfavorável se confirme.
Além da queda nas vendas, De Sarno enfrentou o desafio de resgatar o apelo da Gucci junto ao público. Sua visão criativa se materializou em campanhas marcantes, como We Will Always Have London, com a fotógrafa Nan Goldin, e Where Light Finds Us, dirigida por Xavier Dolan. Ambos os projetos exploraram a conexão entre moda, memória e emoção, reforçando a identidade visual da nova fase da marca. No entanto, as mudanças não foram suficientes para reacender o desejo dos consumidores pela grife.
Em sua despedida, o estilista publicou uma mensagem nas redes sociais destacando a importância das pessoas envolvidas no processo criativo. “A elas eu digo: sempre olhem para a sua alegria. É a verdadeira medida de se você é verdadeiro consigo mesmo, seja qual for a oportunidade, seja qual for o desafio”, escreveu.
O grupo Kering ainda não anunciou um substituto, mas a expectativa é que um novo diretor criativo seja definido até maio, quando a Gucci apresentará sua coleção Resort em Florença.