
Embora o mel seja o produto mais lembrado quando se fala em abelhas, esses insetos também produzem cera, própolis, geleia real e pólen apícola. Algumas espécies, como a Apis mellifera, geram ainda a apitoxina, um veneno presente no ferrão das operárias, usado para defesa, e que possui propriedades anti-inflamatórias com aplicações reconhecidas.
Essa diversidade será apresentada nos dias 4 e 5 de julho, das 9h às 18h, na segunda edição da Estação Mundo do Mel, realizada na praça de eventos do Shopping Estação Goiânia, com entrada gratuita. O encontro reúne produtores, apicultores e expositores que trabalham com diferentes derivados da colmeia. Estarão disponíveis méis de diversas floradas, própolis, velas de cera, dermocosméticos, quitandas artesanais com mel, conservas, a bebida hidromel e outros itens desenvolvidos a partir da apicultura. Fornecedores de equipamentos para apicultores também estarão presentes.
“Nosso objetivo é apresentar ao público a diversidade do universo das abelhas, indo além do mel em garrafas ou bisnagas, e valorizando os diversos produtos de origem apícola”, afirma o organizador do evento e tecnólogo em apicultura Alexandre Januário Pereira.
Apitoxina
Entre os aspectos menos conhecidos da apicultura está a apitoxina, substância aplicada na apiterapia. “Ela é utilizada em formulações farmacêuticas para tratar condições como artrite, nevrite, tendinite e bursite. Também é empregada em doenças dermatológicas, oftalmológicas e processos de cicatrização”, explica Alexandre.
Além de conter aminoácidos, água, açúcares, histamina, proteínas, enzimas, lipídios e carboidratos, o veneno possui ainda melitina, componente com forte ação anti-inflamatória.
A expositora Neusa Bandeira apresentará uma linha de produtos que utiliza a apitoxina como base, incluindo sérum de melitina e pomadas para alívio da dor. “A melitina proporciona benefícios à pele, como a redução de rugas e linhas de expressão, aumento da firmeza e elasticidade, além de propriedades cicatrizantes”, afirma. Ela também demonstrará os instrumentos usados na extração do veneno: “As abelhas são estimuladas a ferroar uma membrana, permitindo a coleta da substância sem remover o ferrão”.
Sabores do Cerrado
Produtos desenvolvidos a partir da biodiversidade do Cerrado também farão parte da exposição. O apicultor Cássio Cezare, que mantém um apiário com 25 colmeias em Caldazinha, levará itens produzidos em parceria com sua esposa, como pão de mel recheado com doce de leite, granola doce com mel e uma versão salgada com mel e mostarda. O mel em sachê, pensado para consumo prático, também será apresentado com variações que expressam os diferentes terroirs do mel goiano, associados às floradas da região.
A apicultora e ativista ambiental Gisana Cristina, da marca Favo Brasil, participa com mel no favo, extrato de própolis 70% verde e conserva de castanhas com mel. A receita reúne castanha de caju, castanha-do-Pará, nozes, amêndoas, avelã e lascas de coco. “Ao adquirir nossos produtos, o consumidor contribui com a preservação das abelhas, a instalação de meliponários e ações de educação ambiental”, destaca Gisana.
Conscientização e preservação
Além da mostra de produtos, a Estação Mundo do Mel tem caráter educativo. Durante o evento, o público poderá conhecer mais sobre a importância das abelhas para o meio ambiente e para a segurança alimentar. “Queremos ir além da comercialização e reforçar o papel essencial das abelhas na polinização e na manutenção da biodiversidade”, afirma Alexandre.
Serviço: Estação Mundo do Mel
Data: 4 e 5 de julho (sexta e sábado)
Horário: Das 9h às 18h
Local: Praça de eventos do Shopping Estação Goiânia (Av. Goiás, 2151 – Centro)
Entrada: Gratuita