O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta terça-feira (14), durante o programa Bom Dia, Ministro, que o Brasil não retomará o horário de verão em 2025. Segundo ele, o país vive um momento de “segurança energética completa e absoluta”, o que dispensa a necessidade de alterar os relógios, mesmo diante da recomendação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para reavaliar a medida.
O ONS reacendeu o debate sobre o retorno do horário de verão nas últimas semanas ao sugerir a medida como forma de aliviar a sobrecarga no sistema elétrico nacional. O operador alertou que, sem o ajuste, o sistema aciona as usinas térmicas com maior frequência para atender ao pico de consumo, especialmente no início da noite.
Em resposta, Silveira destacou que o Ministério de Minas e Energia mantém um comitê técnico que analisa mensalmente as condições de oferta e demanda. “Estamos absolutamente seguros de que não precisamos do horário de verão neste ano. Nós teríamos a coragem de implementar, caso necessário”, declarou o ministro. Ele também ressaltou que o ministério concluiu o planejamento energético para o período e que os reservatórios das hidrelétricas superam as expectativas.
O governo brasileiro instituiu o horário de verão pela primeira vez em 1931 e o aplicou em diferentes períodos até revogá-lo em 2019, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A medida consistia em adiantar os relógios em uma hora, buscando aproveitar melhor a luz natural e reduzir o consumo de energia elétrica nas horas de maior demanda.
Desde então, o tema volta a ser debatido a cada período de maior consumo. Em declarações anteriores, Silveira já havia negado a possibilidade de retomada, classificando como “boatos” as especulações sobre o retorno da medida em 2025.
Desafios no sistema elétrico
Apesar da posição do governo federal, o ONS voltou a manifestar preocupação após um apagão atingir mais de dez estados na madrugada desta terça-feira (14). Um incêndio em uma subestação no Paraná originou a interrupção e provocou um efeito dominó que comprometeu o fornecimento de energia em diversas regiões
Para o operador, o episódio reforça a importância de monitorar o equilíbrio do sistema, sobretudo em momentos de alta demanda. A recomendação de retorno do horário de verão, segundo o ONS, buscaria reduzir a pressão sobre as usinas e minimizar riscos de sobrecarga.
Mesmo com as recomendações técnicas, o governo federal avalia que o sistema elétrico nacional está preparado para enfrentar o próximo período de maior consumo sem a necessidade de ajustes no horário. O Ministério de Minas e Energia informou que continuará monitorando os indicadores de geração e demanda, e que eventuais decisões futuras serão baseadas em critérios técnicos e de segurança.
A decisão de não retomar o horário de verão em 2025 reforça a confiança do governo na estabilidade do sistema energético brasileiro. Ainda assim, especialistas alertam que o monitoramento contínuo e a modernização da infraestrutura elétrica seguirão sendo essenciais para garantir a segurança e a eficiência do setor nos próximos anos.
