A disputa entre os grandalhões do Rally dos Sertões também terminou neste sábado (3) em Goiânia após um dia com 290 quilômetros somados os deslocamentos mais a especial de 123 km saindo da cidade de Goianésia, que recebeu a caravana do rali pela primeira vez. Os caminhões pesados, sempre chamando a atenção por onde passam e surpreendendo por sua velocidade, protagonizaram uma disputa entre duas marcas e dois trios.
No final, vitória para o caminhão Ford de Edu Piano/Solon Mendes/Antonio Salles, com uma margem de 14h38min para o Mercedes-Benz Atego de Guido Salvini/Flavio Bisi/Fernando Chwaigert. Um duelo que passa a somar a partir de hoje 12 títulos, com o paulista Piano igualando o número de conquistas do adversário fluminense em seis: venceu em 2005 ainda na categoria carros, e depois nos caminhões foi campeão em 2007, 2008, 2009, 2011 nos caminhões leves e 2013.
“Este ano o rali foi bem legal. A prova estava muito difícil, mas o caminhão e a equipe estavam bem preparados. A navegação do Solon foi perfeita e tudo correu bem. No ano passado deixamos a vitória escapar pelos vãos dos dedos: liderávamos a cada etapa com uma folga bem grande e sofremos uma quebra de cardã na penúltima especial. Este ano, graças a Deus, deu tudo certo”, afirmou Piano, veterano de 18 edições do Rally dos Sertões.
A disputa deste ano foi um tanto atípica entre os caminhões, já que o trio da Mercedes enfrentou alguns problemas técnicos durante a jornada pelo interior do Brasil. Mesmo assim, Salvini, Bisi e Chwaigert demonstraram diariamente o espírito do Sertões e venceram duas das oito etapas. Um Sertões cansativo, na opinião de Salvini, dono de seis títulos da prova – quatro como piloto e dois como navegador, sempre nos caminhões. “Ainda bem que terminou, porque eu já não aguentava mais. Todos os dias tivemos problemas e ainda não sei a quê atribuir esse fracasso. Tínhamos o objetivo de vencer a prova e defender o título conquistado ano passado, mas não conseguimos. De qualquer maneira, estamos aqui depois de todas as dificuldades. Terminamos todas as especiais de que participamos, resolvemos os problemas mecânicos e colocamos o caminhão dentro do parque fechado para não abandonarmos a prova. Não é sempre que se vence; estamos aqui para disputar e perdemos para um concorrente de qualidade também. Ano que vem estaremos aqui de novo para ganhar deles”, afirmou o piloto de Petrópolis (RJ).
Para os caminhões as especiais foram um pouco mais curtas do que para os carros, motos, quadriciclos e UTVs. Então, dos 2.448 quilômetros totais de especiais, 1.518 valeram para os caminhões. Sete das nove especiais eram mais curtas em razão de locais pouco propícios para a passagem dos ‘grandalhões’. A diminuição dividiu as opiniões de campeão e vice. “Eu achei positiva. Geralmente estes cortes ocorrem porque há lugares onde os caminhões não conseguem passar por causa do tamanho. Foi menos quebradeira e, mesmo com todas as dificuldades, conseguimos chegar”, apontou Guido Salvini.
Já Edu Piano queria mais. “Achei uma pena as especiais dos caminhões serem mais curtas nesta edição, e eu preferia ter corrido ela completa. Mas há também que se pensar na segurança, porque havia trechos baixos em que a gente não passaria. E mesmo com as especiais mais curtas, foi muito difícil. No começo estranhamos bastante e ficamos muito cansados nos dois primeiros dias em termos de preparo físico. Depois entramos no ritmo”, destacou.
Resultado 10ª etapa Caminhões (extra-oficial)
1º GUIDO SALVINI NETTO/FLAVIO BISI/FERNANDO CHWAIGERT 02:29:24
2º EDU PIANO/SOLON MENDES/ANTONIO SALES 02:30:00
Resultado acumulado Caminhões (extra-oficial)
1º EDU PIANO/SOLON MENDES/ANTONIO SALES 32:35:46 –
2º GUIDO SALVINI NETTO/FLAVIO BISI/FERNANDO CHWAIGERT 47:13:56 +14:38:09.9