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Estampas, tricôs em diferentes versões, brilhos. Nas passarelas da 20ª edição do Fashion Rio, realizada entre os dias 10 e 14 de janeiro, no Pier Mauá, foram apresentadas as principais apostas para o Inverno 2012. Sob o tema ‘Sou Rio, Essa Bossa é Nossa’, o evento discutiu a qualidade da criação brasileira como marca de identidade para o mundo. Fora das salas de desfiles, o público pôde conferir três exposições, que uniram moda, arte e design.
Sob a curadoria de Mari Stockler, uma delas reuniu cerca de 40 peças do renomado arquiteto e designer Sergio Rodrigues. Cinco das principais poltronas e cadeiras assinadas por ele _ Mole, Oscar, Kilin, Diz e Beto _ ficaram expostas em cabines com alto-falantes. Todo o material produzido para a exposição (painéis, vÃdeos, fotos) será doado pelo InMod e pela Luminosidade para dar inÃcio ao Instituto Sergio Rodrigues.
No armazém ao lado, o fotógrafo, maquiador e consultor de imagem Fernando Torquatto exibiu retratos intimistas de personalidades da TV, da música e do cinema com quem trabalhou, como Regina Casé, Gilberto Gil e ThaÃs Araújo. No Armazém 3, a exposição ‘Essa Bossa é Nossa’, com curadoria e pesquisa do músico Charles Gavin, mostrou a influência do design na música brasileira a partir de 55 capas de discos, 20 delas criadas pelo arista gráfico César G. Vilella.
Nas passarelas, 24 grifes, exibiram as novidades da próxima estação. A estreante Bianca Marques fez uma homenagem ao balé e levou Ana Botafogo, primeira bailarina do Teatro Municipal, para a passarela. A mineira Printing retornou ao line up apresentando coleção inspirada na década de 60. Além disso, 10 novos talentos apresentaram-se no Rio Moda Hype.
Fizeram parte desta edição as grifes Herchcovitch, Acquastudio, Patachou, Alessa, Cantão, 2nd Floor, Coven, Melk Z-Da, TNG, Maria Bonita Extra, New Order, Espaço Fashion, Coca-Cola Clothing, Walter Rodrigues, R. Groove, Ãghata, Filhas de Gaia, Giulia Borges, Nica Kessler, Andrea Marques, OEstudio e Auslander.
“Acho que tem uma energia incrÃvel e um clima muito positivo e otimista no
Fashion Rio e na cidade. As melhores coleções para mim foram as que conseguiram retratar a energia do Rio,†diz Imran Amed, criador do Business of Fashion, publicação online inglesa dedicada ao negócio da moda.
Para Bandana Tewari, editora de moda da Vogue Ãndia, a imagem do Rio é imediatamente associada ao Brasil. “Quando vamos para paÃses diferentes queremos ver algo que tenha o DNA do paÃs e o Rio tem esse espÃrito de Brasil. Acho que a moda aqui é muito vibrante e a mulher na Ãndia adoraria usar porque também adoramos cores e estampas. Adorei a Alessa, a Coven e, claro, a New Order. A moda precisa dessa magia e desejo.â€
“O Fashion Rio está evoluindo a cada edição, pronto para competir no cenário global. O Rio traz uma nova abordagem ao conceito de semana de moda,†observa Rosario Morabito, do jornal Milano Finanza.
Para a editora do site da Vogue Itália, Roberta Lippi, o Fashion Rio foi uma agradável surpresa. “Muitos estilistas mostram uma maturidade e criatividade no mesmo nÃvel das principais semanas de moda do mundo.â€
Com investimento de R$ 15 milhões, Fashion Rio e Rio-à -Porter  geraram mais de 8 mil empregos diretos e indiretos em sua produção e reuniram cerca de 90 mil pessoas. O salão de negócios do Fashion Rio chegou ao fim na última sexta-feira (dia 13/01) colhendo os frutos das mudanças realizadas nesta edição. Com 108 expositores, o evento apresentou para compradores nacionais e internacionais as coleções que estarão nas araras das lojas do paÃs inteiro no próximo Inverno, projetando um aumento médio de 10% em relação ao Inverno passado.
A transferência do salão para a Casa Firjan da Indústria Criativa (antigo palacete Linneo de Paula Machado, em Botafogo), a maior segmentação e curadoria das marcas e o cuidadoso trabalho com os compradores nacionais e internacionais contribuÃram para os bons resultados. A 2nd Floor, que desfilou no Fashion Rio, por exemplo, fechou negócios com 22 novos clientes em praças do Sudeste, Norte e Nordeste, além de realizar a primeira venda internacional para a França.  Já a Ãgatha, outra marca do line up, conquistou 20 novos clientes de estados como Bahia, Goiás, São Paulo, Minas Gerais e Paraná. A Ausländer, por sua vez, dobrou as vendas em relação à última edição.
“O papel de um grande evento de moda como o Fashion Rio é fomentar o mercado. Acho que cumprimos bem esse papel. O Rio-à -Porter esteve alinhado com a plataforma de moda e mostrou a possibilidade de trabalharmos o design em variadas vertentes. Isso resultou não só no fechamento de negócios, mas também na valorização da moda produzida no Rioâ€, diz Graça Cabral, diretora de parcerias estratégicas da Luminosidade.
Segundo Aguinaldo Diniz Filho, presidente da ABIT, essa edição do Rio-à -Porter ressaltou a importância da inovação. “Certamente, as empresas reunidas no salão mostraram um design que supera a questão do custo Brasil mais facilmente. É a prova que inovar é o caminho, que se acompanhado de medidas incentivadoras do governo, alavancará mais negócios aindaâ€, resume.
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