Conectar indústrias goianas a fornecedores de todo o país, especialmente aos que atuam dentro do próprio Estado, é um dos principais objetivos da Expoind 2025 – Feira de Fornecedores de Tecnologia e Soluções para a Indústria de Goiás, que será realizada de 29 de outubro a 1º de novembro, no Centro de Convenções de Goiânia. O evento contará com mais de 70 expositores, a maioria goiana, especializados em atender aos mais diversos segmentos da cadeia industrial.
Segundo Sandra Márcia Silva, gerente de Estratégia Empresarial do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), integrante do Sistema Fieg, Goiás já é uma referência em serviços e insumos industriais, mas ainda há espaço para ampliar a presença das empresas locais nesse mercado.
“Vemos muitas companhias de outros Estados, como São Paulo e Minas Gerais, atuando em Goiás com produtos e serviços que também poderíamos oferecer com qualidade e credibilidade”, afirma Sandra Márcia Silva, gerente de Estratégia Empresarial do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), que integra o Sistema Fieg.
Um exemplo é a Ecoagro Socioambiental, empresa goiana com experiência no atendimento a usinas hidrelétricas. A companhia atua em monitoramento ambiental, gestão de resíduos sólidos e operação de sistemas de tratamento de água e esgoto, além de oferecer projetos de educação ambiental e consultoria para comunidades locais, apoiando a gestão de associações e compras públicas sustentáveis.
Apesar de sediada em Goiás, a Ecoagro ainda possui maior número de clientes no Tocantins. Para o sócio-gerente Josimar Costa Furlan, a pouca visibilidade das empresas locais é um desafio.
Na visão de Josimar Costa Furlan, sócio-gerente da empresa, as indústrias que ainda buscam prestadores de serviços fora de Goiás o fazem por desconhecerem a qualidade e a capacidade das empresas locais. “Ainda existe uma cultura de preferência por marcas consolidadas e a falta de uma rede de contatos mais ampla entre empresas goianas e grandes indústrias. Isso limita o acesso a contratos importantes”, observa.
Sinais de mudança
Em alguns setores, essa percepção já está se transformando. É o que avalia Ricardo Menezes, engenheiro de automação e sócio da M6 Automação, empresa com 15 anos de mercado e também expositora da Expoind 2025.
“Antes era comum ouvir que apenas profissionais de São Paulo podiam realizar retrofit ou automação de máquinas. Hoje, isso praticamente acabou — e essa mudança se consolidou nos últimos cinco anos”, afirma.
A M6 atende atualmente clientes de todo o Brasil e credita parte desse avanço à formação técnica promovida pelo Senai.
Menezes atribui grande importância ao papel do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) como instituição de formação e capacitação para esta mudança de paradigma em Goiás. “O Senai tem papel decisivo. Desde que passou a oferecer cursos de automação e tecnologia industrial, a qualidade da mão de obra local cresceu muito. Hoje, Goiás é até exportador de profissionais nessa área”, destaca Menezes.
Segundo ele, eventos como a Expoind também são fundamentais para gerar visibilidade e credibilidade.
“Quando o cliente vê sua marca participando de uma feira desse porte, reconhece que você tem estrutura e capacidade técnica. Isso gera confiança”, completa.
Formação e desenvolvimento de fornecedores
Além da feira, o Sistema Fieg investe na capacitação de fornecedores por meio do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF), criado pelo IEL em 1999. O projeto surgiu após um diagnóstico que revelou que 80% das indústrias goianas buscavam fornecedores fora do Estado, mesmo para serviços básicos como alimentação, limpeza, EPIs e gestão de TI.
Em 25 anos, o PDF já alcançou 18 municípios, atendeu 110 empresas-âncoras, 800 fornecedores e 80 propriedades rurais, fortalecendo toda a cadeia produtiva local. Entre os participantes está Josimar Furlan, da Ecoagro.
“O programa foi essencial para aprimorar minhas propostas técnicas e financeiras. Hoje, estou ampliando a atuação em Goiás e me preparando para atender mais indústrias locais”, relata.
Para Sandra Márcia, o sucesso do PDF em Goiás inspirou outras unidades do IEL em todo o país.
“A experiência goiana foi tão positiva que se tornou um modelo nacional. As empresas locais estão mais preparadas para atender às demandas industriais e com foco crescente em sustentabilidade e responsabilidade social”, afirma.
Ela destaca ainda que as indústrias instaladas em Goiás estão cada vez mais comprometidas com programas de sustentabilidade (ISD e ESG), priorizando fornecedores regionais e promovendo o desenvolvimento das comunidades do entorno.
“Hoje há um olhar mais atento para os fornecedores locais. Muitas indústrias têm metas de compras sustentáveis e investem na qualificação desses parceiros, e é nesse ponto que o IEL atua com o programa de desenvolvimento”, conclui.















