Sebastião Salgado: conheça a trajetória de um dos maiores fotógrafos brasileiros

<p style="text-align: justify;"><img src="https://revistazelo.com.br/public/backend/midias/tinymce/Cultura/sebastiao%20salgado.jpg" alt="O fot&oacute;grafo Sebasti&atilde;o Salgado e a edi&ccedil;&atilde;o de luxo de seu livro &quot;G&ecirc;nesis&quot;, seu mais recente trabalho (Foto: Divulga&ccedil;&atilde;o)" width="873" height="488" /></p>
<p style="text-align: justify;">Se tornar fot&oacute;grafo n&atilde;o estava nos planos de Sebasti&atilde;o Ribeiro Salgado. Com uma brilhante carreira e estudos na &aacute;rea da economia, a fotografia chegou &agrave; vida do mineiro natural de Aimor&eacute;s na Fran&ccedil;a, enquanto ele fazia doutorado na Universit&eacute; de Paris. Eram os anos 70. Rec&eacute;m-casado, foi sua esposa, L&eacute;lia Wanick Salgado, que trouxe a nova paix&atilde;o para a vida do ent&atilde;o jovem economista.</p>
<p style="text-align: justify;">L&eacute;lia havia comprado uma c&acirc;mera para fazer fotografias relacionadas &agrave; arquitetura, sua &aacute;rea de estudo na &eacute;poca. Ao emprest&aacute;-la para o marido, tudo mudou – quando Salgado, pela primeira vez, enxergou o mundo pelos olhos da lente da c&acirc;mera, ele sentiu sua vida mudar.</p>
<p style="text-align: justify;"><img src="https://revistazelo.com.br/public/backend/midias/tinymce/Cultura/sebastiao%20salgado%201.jpg" alt="Brasil, 1981 (Foto: Sebasti&atilde;o Salgado / Amazona Images)" width="868" height="577" /></p>
<p style="text-align: justify;">De l&aacute; para c&aacute;, Sebasti&atilde;o nunca mais parou. A carreira como fot&oacute;grafo profissional come&ccedil;ou em 1973, ainda em Paris. No come&ccedil;o como <em>freelancer</em>, ele entra para a ag&ecirc;ncia Gamma em 1974, onde fotografa a Revolu&ccedil;&atilde;o dos Cravos em Portugal e a guerra civil em Angola e Mo&ccedil;ambique. Na ag&ecirc;ncia Sygma, onde ficou de 1975 a 1979, Salgado viajou para mais de 20 pa&iacute;ses da Europa, &Aacute;frica e Am&eacute;rica Latina. Depois, entrou para a Magnum Photos, onde ficou at&eacute; 1994, que ele e L&eacute;lia criaram, juntos a Amazonas Images, uma ag&ecirc;ncia dedicada exclusivamente para o trabalho de Salgado.</p>
<p style="text-align: justify;">O primeiro livro de Sebasti&atilde;o foi publicado em 1986. Intitulado <em>Autres Ameriques </em>(&ldquo;Outras Am&eacute;ricas&rdquo;), a publica&ccedil;&atilde;o re&uacute;ne fotografias de camponeses na Am&eacute;rica Latina. No mesmo ano, publicou <em>Sahel: l&rsquo;homme em d&eacute;tresse</em> (&ldquo;Sahel: o homem em perigo&rdquo;), sobre a seca e posterior guerra que ocorreu na regi&atilde;o de Sahel, na &Aacute;frica, durante os anos de 1984 e 1985. L&aacute;, ele fotografou em pa&iacute;ses como Mali, Chade, Eti&oacute;pia, Sud&atilde;o e Eriteia, onde trabalhou em conjunto por 15 meses com o grupo M&eacute;dicos sem Fronteiras. Em 1998, ele publica <em>Sahel: el fin de camino</em> (&ldquo;Sahel: o fim do caminho&rdquo;), tamb&eacute;m sobre os mesmos conflitos.</p>
<p style="text-align: justify;"><img src="https://revistazelo.com.br/public/backend/midias/tinymce/Cultura/sebastiao%20salgado%20migra%C3%A7%C3%B5es.jpg" alt="Crian&ccedil;a refugiada a num comboio na esta&ccedil;&atilde;o de Ivankovo, na Cro&aacute;cia (Foto: Sebasti&atilde;o Salagado / Amazona Images)" width="870" height="581" /></p>
<p style="text-align: justify;">Em 1993, Sebasti&atilde;o apresenta o livro <em>Workers</em> (&ldquo;Trabalhadores&rdquo;), resultado de um trabalho que vem desde 1986, com uma s&eacute;rie de fotografias sobre o trabalho manual, e exibido em exposi&ccedil;&otilde;es pelo mundo entre os anos de 1987 e 1992. Depois, veio <em>Trabalhadores: uma Arqueologia da Era Industrial</em>&nbsp;, em 1996, decorrente da s&eacute;rie <em>Trabalhadores</em>; <em>Terra</em>, publicado em 1997, que retrata a pobreza e a quest&atilde;o agr&aacute;ria no Brasil; e <em>Retratos de Crian&ccedil;as do &Ecirc;xodo</em>, em 2000, tamb&eacute;m voltado para a realidade brasileira.</p>
<p style="text-align: justify;">Tamb&eacute;m em 2000, Salgado publica <em>Migrations </em>(Migra&ccedil;&otilde;es), resultado de um trabalho de mais de sete anos realizado em mais 35 pa&iacute;ses. Na obra, ele documenta as migra&ccedil;&otilde;es em diferentes partes do mundo. Decorrentes de guerras, desastres naturais, degrada&ccedil;&atilde;o do meio ambiente, crescimento explosivo da popula&ccedil;&atilde;o e o aumento da desigualdade entre ricos e pobres, revelando n&atilde;o s&oacute; o sofrimento destes grupos mas tamb&eacute;m a dignidade e a coragem dos indiv&iacute;duos retratados em suas fotografias. O trabalho tamb&eacute;m rendeu o livro <em>Exodus</em> (&Ecirc;xodo), republicado em nova edi&ccedil;&atilde;o em 2016.</p>
<p style="text-align: justify;">Em 2007, Salgado publica &Aacute;frica, que faz um apanhado de seu trabalho de cerca de 34 anos no continente. Posteriormente, vem G&ecirc;nesis, s&eacute;rie de fotografias voltadas &agrave; beleza da natureza, que resiste em meio &agrave;s in&uacute;meras destrui&ccedil;&otilde;es causadas pelas atividades humanas. O livro &eacute; resultado de um trabalho feito &agrave; longo prazo, iniciado em 2004 e conclu&iacute;do em 2012.</p>
<p style="text-align: justify;"><strong>Reconhecimento</strong></p>
<p style="text-align: justify;"><img src="https://revistazelo.com.br/public/backend/midias/tinymce/Cultura/sebastiao%20salgado%205.jpg" alt="A tribo brasileira Aw&aacute;-Guaj&aacute; (Foto: Sebasti&atilde;o Salgado / Amazona Images)" width="878" height="639" /></p>
<p style="text-align: justify;">Durante sua carreira, Sebasti&atilde;o Salgado j&aacute; contribuiu com organiza&ccedil;&otilde;es humanit&aacute;rias, como o Alto Comissariado das Na&ccedil;&otilde;es Unidas para os Refugiados (ACNUR) e a Anistia Internacional. Entre os reconhecimentos, ele j&aacute; ganhou pr&ecirc;mios como o Eugene Smith de Fotografia Humanit&aacute;ria, em 1982, como recompensa pelo trabalho de pesquisa sobre os camponeses na Am&eacute;rica Latina e ajuda para a complementa&ccedil;&atilde;o do mesmo; o de Publica&ccedil;&atilde;o pelo livro &ldquo;Workers&rdquo;, em 1994, pelo International Center of Photography dos EUA.; o Jabuti, na categoria Reportagem, pelo livro &ldquo;Terra&rdquo;, em 1998; e o da Unesco, na categoria cultural no Brasil, em 1999.</p>
<p style="text-align: justify;">Sebasti&atilde;o Salgado tamb&eacute;m foi eleito membro honor&aacute;rio da American Academy of Arts and Sciences, dos EUA, em 1992.&nbsp;Ele &eacute; tamb&eacute;m o primeiro brasileiro a integrar a Academia de Belas Artes da Fran&ccedil;a.</p>
<p style="text-align: justify;">Em 2013, Salgado realizou uma confer&ecirc;ncia para o TED. Com o tema &ldquo;O drama silencioso da fotografia&rdquo;, ele palestra sobre seus projetos e conta uma hist&oacute;ria, apresenta imagens de G&ecirc;nesis, na &eacute;poca rec&eacute;m-lan&ccedil;ado, e divide uma hist&oacute;ria pessoal de como seu trabalho, ligado a quest&otilde;es sociais t&atilde;o dolorosas e brutais, o afetou pessoalmente. &nbsp;</p>
<p style="text-align: justify;"><iframe src="//www.youtube.com/embed/qH4GAXXH29s" width="756" height="623"></iframe></p>
<p style="text-align: justify;">Em 2014, foi lan&ccedil;ado o document&aacute;rio &ldquo;O Sal da Terra&rdquo;, sobre as viagens de Salgado e seu trabalho. Com dire&ccedil;&atilde;o conjunta do diretor alem&atilde;o Wim Wenders e de Juliano Ribeiro Salgado, filho de Sebasti&atilde;o, o trabalho foi indicado ao Oscar de document&aacute;rio, recebeu o Pr&ecirc;mio do J&uacute;ri na se&ccedil;&atilde;o Un Certain Regard do Festival de Cannes 2014 e tamb&eacute;m o C&eacute;sar como melhor document&aacute;rio.</p>
<p style="text-align: justify;"><iframe src="//www.youtube.com/embed/djTFzYLiAw0" width="760" height="626"></iframe></p>

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