O cenário audiovisual brasileiro respira novos ares. Indo diretamente à França, local de grande prestígio da cultura cinematográfica e com mostras de relevância, as produções brasileiras “Baby”, “Motel Destino” e “A queda do céu” são destaques em mostras de cinema da França durante a temporada do Festival de Cannes deste ano.
O Festival de Cannes é um dos principais eventos do mundo em celebração ao cinema. Desde 1946, Cannes prestigia trabalhos audiovisuais de diversos lugares do mundo e devido sua relevância deu origem a outros eventos cinematográficos, como a Semana de Crítica e a Quinzena de Cineastas. Devido a tradição, o festival acontece em maio, do dia 14 ao dia 25 na cidade de Cannes, na França.
Motel Destino
O longa-metragem “Motel Destino”, do diretor Karim Aïnouz, é um dos selecionados para concorrer à Palma de Ouro durante o Festival de Cannes 2024. A produção dá destaque à cultura e linguagem cearense e ressurge o cinema erótico brasileiro popular na década de 1970.
O filme retrata uma rebelião de uma juventude que teve o futuro roubado pela “elite tóxica” do Brasil, sendo considerado um thriller erótico . Os atores cearenses Iago Xavier e Nataly Rocha contracenam com Fábio Assunção nesta trama. Na categoria, “Motel Destino” concorre ao lado de produções feitas por grandes nomes do cinema, como “Megalopolis” de Francis Ford Coppola, e “Kinds of Kindness” de Yórgos Lánthimos.
Baby
Do diretor Marcelo Caetano, o filme “Baby” foi selecionado dentre mais de mil inscrições para a 63ª Semana da Crítica. Devido ao espaço de prestígio cedido, Caetano utilizou a oportunidade para estrear oficialmente a produção. Com elenco composto por Bruna Linzmeyer e Ricardo Teodoro, o longa é um romance LGBTQIA + e trabalha as nuances de amores turbulentos.
Com a possibilidade de ganhar a premiação, “Baby” trará ao Brasil pelo segundo ano consecutivo o prêmio, que em 2023 foi com a produção “Levante” da diretora Lillah Halla.
A queda do céu
O documentário indígena é inspirado no livro do xamã Yanomami Davi Kopenawa e do antropólogo francês Bruce Albert e participa da Quinzena de Cineastas em paralelo ao Festival de Cannes deste ano. A produção retrata a festa Reahu, ritual funerário e tradicional cerimônia dos Yanomami, que reúne centenas de parentes do falecido com a finalidade de apagar todos os vestígios e colocá-lo em esquecimento.
A obra, com direção de Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha, é um importante veículo de conscientização e proteção aos povos Yanomamis que nos últimos anos enfrentam a invasão de suas terras devido ao garimpo ilegal.