Produção nacional “Ainda Estou Aqui” apresenta reflexão sobre luto, memória e resiliência; confira

Longa retrata o período da Ditadura Militar e propõe aspectos psicológicos para refletir
Ainda Estou Aqui
Cena do filme protagonizada por Fernanda Torres e Selton Mello que vivem o casal Eunice e Rubens Paiva na trama (Foto: Reprodução/ X)

A produção nacional “Ainda Estou Aqui”, que é considerada uma das mais comentadas nos últimos tempos, retrata a perda dos direitos civis durante a Ditadura Militar Brasileira. Baseado na história real da ativista e advogada Eunice Paiva, a trama, que recebe a direção de Walter Salles, comoveu milhares de espectadores pelo mundo através das mensagens psicológicas abordadas, como luto, memória e resiliência, sendo ideais para a reflexão. 

O filme ganhou adesão não somente do público brasileiro, como também internacional, sendo selecionado para disputar as principais premiações da indústria do cinema, bem como reconhecendo a atuação de Fernanda Torres, que dá vida à Eunice no longa. 

Em relação à reflexão provocada pelo filme, com ajuda da psicóloga Blenda Oliveira, selecionamos cinco aspectos psicológicos que provocam a conscientização apresentados na trama. Confira: 

Luto 

O filme retrata o impacto psicológico da perda de um familiar e o desenrolar da história mostra como isso molda as ações e pensamentos dos personagens. “O luto é apresentado com muita sensibilidade, destacando a dificuldade em aceitar a ausência e o desejo de manter viva a memória de Rubens. Isso mostra como o processo de luto varia de pessoa para pessoa e, normalmente, é uma etapa desafiadora da vida”.

Memória

A narrativa reflete sobre como as memórias definem quem somos e como lidamos com o passado. Segundo a psicóloga, – tentativa de preservar a essência do que foi perdido, seja através de objetos, cartas ou lembranças, é um tema central que conecta os personagens.

Resiliência

O filme também aborda como as pessoas enfrentam traumas emocionais e tentam reconstruir suas vidas. “A busca por significado no meio do sofrimento é um aspecto recorrente que contribui para o desenvolvimento psicológico dos personagens. E, de certa forma, a forma como Eunice busca lidar com o luto é muito emocionante, pode inspirar outras pessoas mesmo em contextos diferentes”, comenta Blenda.

Empatia

A história mostra como os laços emocionais podem ajudar no processo de cura. “A interação entre os personagens oferece momentos de empatia e solidariedade, enfatizando a importância de compartilhar sentimentos e encontrar apoio em outras pessoas. Ter uma rede de apoio para enfrentar momentos difíceis é fundamental”, explica.

Isolamento e conexão

Blenda traz outro ponto importante observado no filme. “Os personagens frequentemente oscilam entre o desejo de se isolar e a necessidade de conexão. Essa tensão reflete os conflitos internos que acompanham situações de dor emocional. Aqui, cabe lembrar que não há receita e a contradição de sentimentos é comum, principalmente num momento de dor. Por isso, o dia após dia, buscando acolher o que sente é uma forma de autocuidado e também de vivenciar as emoções e sentimentos sem tentar evitar a qualquer custo, o que normalmente intensifica o processo”, finaliza a especialista.

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