Peça Dia H na Estação Contábile estreia no Teatro Marista

<p style="text-align: justify;">Uma cr&iacute;tica &aacute;cida e voraz aos sistemas que regem nosso status quo &eacute; o mote da pe&ccedil;a&nbsp;Dia H na Esta&ccedil;&atilde;o Cant&aacute;bile, que ser&aacute; apresentada entre os dias 17 e 19 de dezembro, no Teatro Marista. As apresenta&ccedil;&otilde;es ser&atilde;o seguidas de debates. A partir de texto do dramaturgo goiano Almir de Amorim, a pe&ccedil;a in&eacute;dita &eacute; um grito contra a pol&iacute;tica malandra, usando recorte de um projeto que nunca saiu do papel, intitulado Ve&iacute;culo Leve Sobre Trilhos (VLT). O espet&aacute;culo tem dire&ccedil;&atilde;o de Bruno Peixoto e&nbsp;produ&ccedil;&atilde;o de Luzia Melo.</p>
<p style="text-align: justify;">Com linguagem contempor&acirc;nea, a montagem aborda um encontro entre dois personagens &ndash; Fredo e L&eacute;a &ndash; numa esta&ccedil;&atilde;o urbana chamada Cont&aacute;bile. Em um dia de estranhamento acentuado por um clima adverso, onde os personagens principais, que j&aacute; se conheciam, parecem desconhecer-se, embora tendo informa&ccedil;&otilde;es precisas uma da outra. Eles tomaram caminhos diferentes na vida, mas, de alguma forma, semelhantes s&atilde;o os seus car&aacute;teres pela for&ccedil;a do universo em que vivem. Em meio aos transeuntes que passam pela esta&ccedil;&atilde;o, os personagens travam um absurdo jogo previamente programado. H&aacute; um pano pol&iacute;tico como fundo desse cotidiano cr&iacute;tico que se sintetiza naquele cen&aacute;rio. O texto foi um dos selecionados nas primeiras coloca&ccedil;&otilde;es do Pr&ecirc;mio Funarte de Dramaturgia de 2014. A pe&ccedil;a tem incentivo do Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goi&aacute;s.&nbsp;</p>
<p style="text-align: justify;">Segundo o dramaturgo Almir de Amorim, a montagem, somada ao que se tem feito para que sejam vistas suas obras, deve marcar o resgate dos trabalhos de sua autoria. &Eacute; um marco no retorno de Almir ap&oacute;s um longo per&iacute;odo recluso, desde que teve sua primeira pe&ccedil;a embargada pela censura e os &oacute;rg&atilde;os de ordem e pol&iacute;tica social no Rio de Janeiro, quando integrava o elenco do espet&aacute;culo Hair. Ele s&oacute; voltou a escrever no final dos anos 1980, quando vivia no interior de Goi&aacute;s. &nbsp;</p>
<p style="text-align: justify;">O diretor Bruno Peixoto explica o roteiro. &ldquo;Goi&acirc;nia, a capital promissora, &eacute; sucumbida atrav&eacute;s da falta de a&ccedil;&atilde;o de projetos que deveriam existir h&aacute; tempos, mas Amorim e sua compassada rota aponta com suas letras para uma sociedade falida.&rdquo; Fredo &eacute; um ator decante e L&eacute;a &eacute; uma emergente cafetina que sobrepuja</p>
<p style="text-align: justify;">Fredo &eacute; um ator decadente e L&eacute;a &eacute; uma emergente cafetina que sobrepuja cor-pos para sua sobreviv&ecirc;ncia. S&atilde;o duas figuras representativas que nos trazem a</p>
<p style="text-align: justify;">relev&acirc;ncia que Bertold Brecht adoraria ver na cena cr&iacute;tica e reflexiva que faria com que o que nos resta de humanidade se remexer na poltrona de uma audi&ecirc;ncia estanque.</p>
<p style="text-align: justify;">&ldquo;Por isso esta obra de Amorim, que se passa em uma esta&ccedil;&atilde;o qualquer chamada Cont&aacute;bile, nos d&aacute; a ideia de um campo de jogo na encena&ccedil;&atilde;o, absolutamente voraz e com pe&ccedil;as-chaves que trazem riso, realidade, reflex&atilde;o e urros contra o estagnado&rdquo;, define Bruno. &ldquo;&Eacute; um lixo no luxo. Ou seria luxo do lixo que nos transformamos&rdquo;, questiona o diretor.</p>
<p style="text-align: justify;">&ldquo;&Eacute; um coro de desvalidos que se levantam em suas transeuntes insignific&acirc;ncias para fortalecer uma abomin&aacute;vel situa&ccedil;&atilde;o, uma deplor&aacute;vel conduta que se traduz na cena, com a escrita genu&iacute;na e misteriosa de Amorim para quem o monta. Assim, com sua cria&ccedil;&atilde;o Fredo traz &lsquo;Olha s&oacute;, a arte me deu esta oportunidade de me revelar a voc&ecirc;s&rsquo;. Uma frase perfeita para definir esta dramaturgia goiana universal&rdquo;, acrescenta.&nbsp;</p>
<p style="text-align: justify;"><img src="https://revistazelo.com.br/public/backend/midias/tinymce/Cultura/Esta%C3%A7%C3%A3o%20Cant%C3%A1bile-10_resized.jpg" alt="" width="800" height="536" /></p>
<p><strong>Anote!<br /></strong><strong>Dia H na Esta&ccedil;&atilde;o Cant&aacute;bile<br /></strong>Data:&nbsp;17, 18 e 19 de dezembro de 2016<br />Hor&aacute;rio:&nbsp;20 horas<br />Local:&nbsp;Teatro Marista<br />Endere&ccedil;o: Rua Hugo Brill n&ordm; 106, Setor Marista. Telefone 98307-2992<br />Entrada franca</p>
<p>&nbsp;</p>

Deixe um comentário