Arte Multissensorial: Felipe Cavalcanti leva música, poesia e inclusão para suas obras

Da visão à audição, artista goiano desperta sentidos e rompe barreiras na arte brasileira
Felipe Cavalcanti
(Foto: Divulgação)

Em Goiás, despontam hoje grandes nomes nas artes plásticas que transcendem fronteiras. E, nesse cenário, uma nova geração de talentos e qualidade técnica surge para encantar o mundo. Felipe Cavalcanti, filho do renomado artista plástico M Cavalcanti e da prestigiada arquiteta Edmara Cavalcante, destaca-se nesse contexto. Além de suas peças que desafiam o convencional, ele eleva sua arte ao incorporar inspirações da música e poesia.

Nesta nova fase, Felipe trilha uma jornada aspiracional, adicionando tecnologia às suas obras. Suas criações são uma síntese de experiências, emoções e observações do mundo ao redor. Indo além das sensações visuais, cada obra possui um QR Code que conduz o espectador a uma experiência auditiva única, seja ouvindo uma música ou poema. Na sua tela mais recente, “Sound of Silence”, é possível mergulhar na música homônima gravada por Simon & Garfunkel. “A intenção é proporcionar a visão e a audição. A obra de arte deve contemplar todos os sentidos”, reflete o artista.

Além da fusão da música em seu trabalho, Felipe apresenta uma novidade inclusiva: uma tarja em braille descrevendo a emoção transmitida pela obra. “Nesse breve texto, compartilho um pouco sobre o que quis expressar com a obra, as referências utilizadas, as cores escolhidas. Com essa iniciativa, mesmo aqueles que não enxergam podem imaginar a produção, criando significados a partir da minha narrativa e vivenciando a obra”, pondera.

A arte de Felipe combina ousadia, vanguardismo e sentimento em cada pincelada. Com uma perspectiva profunda e olhar crítico, o artista flui através de suas criações, desafiando e inspirando quem se propõe a mergulhar em seu universo. Participar dessa conversa sobre a complexidade do mundo e da vida é, para ele, uma oportunidade única. “Busco responder questionamentos sobre a possibilidade de usar lentes capazes de revelar a verdadeira essência das relações humanas. E como seria enxergar um pensamento? Qual seria a paleta de cores sugerida? E quanto à forma?”, indaga.

Através de figuras humanas, indefinidas por pinceladas que desafiam o cartesianismo, Felipe Cavalcanti cria personagens, revela elementos faciais em movimento que geram múltiplas narrativas, seja através de olhos em número ímpar, bocas em inúmeras posições, corações compartilhados, expressando emoções e intangibilidade reconhecida, ou orelhas que não apenas ouvem, mas auscultam todo o entorno, transformando cada obra em uma exploração única.

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