Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás promove evento sobre o protagonismo das mulheres

Programação inclui exposição, exibição de documentário e sarau com acadêmicas da Aflag
Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás
Presidente da Aflag, Elizabeth Abreu Caldeira Brito, em cena do documentário O Tempo Que Nos Habita, dirigido pela cineasta Simone Caetano (Foto: Divulgação)

“Mulher geralmente não escreve, né? Quando eu escrevi o primeiro capítulo do meu livro A Filha das Flores, o editor mandou para dez pessoas [lerem]. E sem o meu nome. Porque já existia o preconceito de que mulher, cantora, não podia escrever.” O depoimento da cantora, compositora e escritora Vanessa da Mata, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, em 6 de janeiro deste ano, reflete um cenário que persiste ao longo das décadas: a invisibilização das mulheres nas artes. Esse também foi o contexto em 1969, quando surgiu a Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás (Aflag), criada em resposta à exclusão das mulheres da Academia Goiana de Letras (AGL), fundada em 1939.

No site da Aflag, um trecho sobre sua fundação ressalta que a criação da entidade foi motivada pela exclusão feminina em diversos âmbitos: “As mulheres eram invisibilizadas, excluídas e marginalizadas, impedidas de ingressar na AGL, um reduto criado sob uma estrutura machista vigente em todas as esferas: familiares, sociais, políticas, econômicas, jurídicas, artísticas e literárias.” Desde então, a Academia tem atuado no incentivo e na promoção do trabalho de mulheres nas artes.

Neste ano, a Aflag une forças com a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) para realizar uma programação especial em alusão ao Dia Internacional da Mulher. Sob o título “Arte: Substantivo Feminino”, o evento acontece de 10 a 14 de março e inclui uma exposição de obras de artistas goianas no saguão da Alego. No dia 11 de março, haverá a exibição do documentário O Tempo Que Nos Habita, dirigido pela cineasta Simone Caetano, seguida de um sarau literário com acadêmicas da Aflag, que apresentarão suas trajetórias e a de suas patronas, como Belkiss Spencière, Rosarita Fleury, Goiandira do Couto, Cora Coralina e Ana Maria Taveira Miguel.

“Aquelas que nos precederam nas artes, na literatura e na música abriram caminhos para que as mulheres de hoje pudessem trilhar suas próprias trajetórias em todas as áreas do conhecimento e da cultura”, destaca a presidente da Aflag, Elizabeth Abreu Caldeira Brito.

As atividades do dia 11 de março ocorrerão no Auditório 2 da Alego, com a participação de cerca de 300 estudantes da rede estadual de ensino. Além de valorizar o trabalho de artistas goianas e estimular o protagonismo feminino, o evento reforça o compromisso da Alego com a promoção da cultura e do acesso à arte.

Documentário resgata a história da Aflag

Realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, o documentário O Tempo Que Nos Habita resgata a trajetória da Aflag e seu impacto na valorização da produção artística feminina. Lançado este ano, o filme foi recentemente exibido na Mostra O Amor, a Morte e as Paixões. “Essas mulheres não apenas abriram portas, mas criaram caminhos antes inexistentes. O filme é uma forma de honrar seu esforço e resistência, além de refletir sobre os desafios que ainda persistem”, destaca a diretora Simone Caetano.

Confira a programação:

Exposição de obras de artistas goianas

Quando: 10 a 14 de março
Horário: 7h às 19h
Local: Saguão da Alego

Exibição do documentário O Tempo que nos Habita

Quando: 11 de março
Horário: 9h30
Local: Auditório 2 da Alego
Bate-papo com Simone Caetano (cineasta e diretora do documentário) e Elizabeth Abreu Caldeira Brito (presidente da Aflag)

Sarau “De Mulher para Mulher: as Acadêmicas da Aflag e suas Patronas”

Quando: 11 de março
Horário: 14h
Local: Auditório 2 da Alego
Apresentação musical: Andréa Luísa de Oliveira Teixeira

Serviço – Arte: Substantivo Feminino

Local: Assembleia Legislativa de Goiás (Alego)
Data: 10 a 14 de março de 2025
Horário: 7h às 19h

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