Você se veste no modo automático?

(Foto: Becca Mchaffie/ Unsplash)

Arrisco dizer que não há nada tão determinante nas nossas rotinas quanto o processo de vestir. Como ele anda acontecendo por aí? Aliás, você de fato já parou para pensar sobre ele? Se você abre seu guarda-roupa e é do time “puxei a primeira coisa que vi”, “não faço a mínima ideia do que vestir” ou “só consigo usar a mesma roupa sempre”, há algo que preciso te contar: você está se vestindo no modo automático.

É fato que, involuntariamente, todos precisamos cobrir os nossos corpos. Além de expressar nossa individualidade e coletividade concomitantemente, a roupa tem funções físicas de proteção. Ocupa, portanto, um espaço muito relevante em nossas vidas. Qual o problema, afinal, de se vestir de forma automática?

Justamente por ser algo que precisamos fazer todo santo dia, é que o vestir caiu no modus operandi inconsciente, quase instintivo. Levanta, escova os dentes, põe roupa, toma café. Nos habituamos a vestir os mesmos 30% das peças que temos – pois já sabemos que “funciona” – enquanto os outros 70% permanecem ali parados no guarda-roupa.

Temos medo de misturar, medo de errar, preguiça de tentar. E no fim, acabamos frustrados (ou desesperados atrás de uma peça nova), sensação que levamos da roupa para o humor. E ninguém quer viver frustrado, não é mesmo? Por isso hoje o meu convite é para que a gente saia do modo automático. Vamos transpor, juntos, a zona de conforto.

O primeiro passo é trazer consciência para o processo. Por que eu visto sempre essa blusa ou calça? Como ela me faz sentir? Selecione as cinco peças que você mais gosta no seu armário, e depois as cinco que você mais usa. O que elas têm em comum? O que têm de diferente? Por que não uso com mais frequência as roupas que mais gosto? As respostas para esses questionamentos vão te fazer entender quais características/sensações/mensagens são essenciais para o seu vestir.

Agora, que tal parar de dividir suas roupas por ocasião? “Esse blazer é só para o trabalho, essa calça é só para eventos à noite”. Tal concepção diminui drasticamente o potencial das nossas peças, roubando-lhes a versatilidade. Que tal combinarmos o blazer com o short jeans para um encontro entre amigas? Ou combinar a calça de brilho com uma T-shirt simples que te deixará pronta para o trabalho?

Claro que devemos sempre respeitar as regras de adequação dos locais que frequentamos e atividades que iremos executar (nem todo mundo pode ir trabalhar de T-shirt, não é mesmo?), mas minha intenção é deixar claro que não precisamos categorizar demais as nossas roupas. Um coturno pode ir passear com um vestido floral, assim como uma camisa social pode ficar interessante com uma bermuda jeans. São nessas misturas que construímos nosso estilo.

Vamos também desmistificar os “conjuntos prontos”? Sabe aquela camisa que você usa sempre com aquela mesma calça? Pois bem, a minha proposta é que você não use esse combo por, pelo menos, as próximas cinco vezes que escolher uma dessas peças. Teste a camisa com outras partes de baixo, outras cores, outras modelagens, e a calça idem. Garanto que você vai se surpreender com os resultados.

Por fim, e não menos importante, a dica máxima é experimentar. Testar, vestir, tentar de novo. E fazer isso quando você precisa sair em cinco minutos, definitivamente não é a melhor opção. Tire um dia para você, para se olhar com carinho e trazer essa consciência para o seu guarda-roupa. Pensar o seu processo de vestir é, também, uma forma de autocuidado.

Deixo aqui o meu mantra da Consultoria de Imagem e Estilo: não existe certo e errado no vestir; existe o que faz sentido para cada um! Faz acontecer e arrasa, sempre respeitando o seu jeitinho.

Mariana Faria é Jornalista, Consultora de
Imagem e Estilo e Mestre em Gestão de Moda

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